Em Auschwitz morreram, por ordem dos nazistas, aproximadamente um milhão de prisioneiros.
Primeiro, prisioneiros políticos poloneses, depois prisioneiros de guerra soviéticos, ciganos, homossexuais, eslavos, doentes mentais e deportados de várias nacionalidades.
A partir de junho de 1942, no entanto, o campo de Auschwitz foi destinado ao programa de extermínio de toda a população de judeus da Europa.
As câmaras de gás de Birkenau, anexas a Auschwitz, exterminaram mais de 75% dos judeus encaminhados ao campo.
Quando os nazistas perceberam que o fim da guerra estava próximo, tentaram apagar todas as evidências das atrocidades cometidas em Auschwitz-Birkenau.
Desmantelaram as câmaras de gás e os crematórios, queimaram documentos e evacuaram todos os prisioneiros que podiam andar.
A chegada do Exército Vermelho permitiu salvar algumas centenas de sobreviventes.
Auschwitz é e deve permanecer um símbolo da estupidez de que é capaz a espécie humana. É daqueles momentos em que a sociedade humana emprega toda a sua inteligência, toda a sua sofisticação e criatividade, toda a sua tecnologia a serviço do Mal.
Auschwitz não é produto de uma nação de botocudos, de indivíduos mal saídos da pré-história.
Ao contrário, Auschwitz foi produzido por um dos povos mais adiantados e sofisticados do mundo, um país que legou à Humanidade Beethoven, Wagner, Goethe, Schiller, Weber, entre tantos outros gênios.
Mas a Alemanha também produziu Hitler, Goering, Himmler, e produziu as atrocidades cometidas nos campos de concentração e de extermínio de Bergen-Belsen, Buchenwald, Dachau, Ravensbruck, Sobibor, Treblinka…
E é melhor parar por aqui, porque a lista é muito mais extensa.
Em tempo histórico, isto tudo aconteceu ontem. Sessenta e cinco anos não são nada.
É importante lembrar sempre, porque, a qualquer momento, mesmo as nações mais civilizadas do planeta podem contribuir decisivamente para mergulhar o mundo no horror, na estupidez e na bárbarie.
Nessas horas em que a loucura se apodera do planeta, ninguém pode pretender ser inteiramente inocente, quando pequenos conflitos localizados se transformam num incêndio de proporções mundiais.
Por isso, relembrar o Holocausto é esperar que ele nunca mais aconteça novamente.
Por Ellyel dos Santos.