TEMER DIZ A BASE ALIADA QUE É PRECISO ‘RESISTIR’ À LAVA-JATO

Atingido em cheio pelas delações da Odebrecht, que geraram aberturas de inquéritos contra oito de seus ministros e parlamentares aliados, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, em café da manhã com deputados da base no Palácio da Alvorada, que a classe política precisa “resistir” ao “problema sério” que o país atravessa, uma referência indireta à Lava-Jato.

Temer afirmou que ele pessoalmente resiste “o quanto pode” e que as “questões mais variadas”, como a crise gerada pela lista do ministro Edson Fachin, relator das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), têm o objetivo de “desprestigiar a classe política”.

— Há um problema sério no país, vocês sabem disso, as questões as mais variadas, que muitas e muitas vezes visam, digamos assim, desprestigiar a classe política, e nós todos precisamos resistir. Eu tenho resistido o quanto posso, dou entrevistas, falo, para dizer aquilo que o Brasil precisa. Não se pode ter a ideia de que porque aconteceu isto ou aquilo o Brasil vai parar — disse Temer, em discurso para a base que sustenta o seu governo na Câmara:

— Acontece um fato qualquer e dizem: “como o governo vai continuar?” Ora bem, temos Três Poderes no país para que cada qual deles exerça sua função. Vamos deixar o Judiciário em paz, o Judiciário vai cumprir sua tarefa e vai cumprir adequadamente como sempre — acrescentou o presidente.

Temer disse que cabe ao Judiciário julgar quem está ou não em “situação delicada”.

— Não podemos nos acoelhar, achar que estamos em situação delicada. Delicada, deixaremos para o Judiciário. No mais, o Executivo e o Legislativo trabalham — declarou.

Para dar uma resposta ao momento de turbulência política, Temer sugeriu aos presentes que se “vitalizem” e mostrem que estão trabalhando. O peemedebista sugeriu ainda que os deputados usem mais a tribuna da Câmara para “mostrar o que estão fazendo pelo país”.

— Nós temos que nos vitalizar e dar uma resposta muito adequada para o momento que vivemos — afirmou o presidente.

Oito ministros do governo foram citados na lista de Fachin. Entre eles, dois do Palácio do Planalto: Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral, os mais próximos de Temer.

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