NATAL – HOSPITAIS TERÃO QUE OFERECER EXAME PARA DIAGNOSTICAR BEBÊS COM SÍNDROME DOWN

Foto: Elpídio Júnior.

No Dia Internacional da Síndrome de Down, a Câmara Municipal de Natal derrubou o veto do Executivo ao Projeto de Lei nº 77/2017 que assegura, nos hospitais e maternidades da rede pública de Natal, a realização do exame do estudo cromossômico em recém-nascidos que apresentarem sinais indicativos de síndrome de Down. O projeto é de autoria da vereadora Júlia Arruda, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

O chamado Teste do Cariótipo é realizado a partir de uma coleta simples de sangue, no qual se analisa a quantidade e formação estrutural dos cromossomos.  É considerado o principal exame de triagem genética e ponto de partida no diagnóstico de malformações congênitas ou suspeita de síndromes. No caso da síndrome de Down, o diagnóstico é definido pela trissomia no cromossomo 21 – em vez de dois, o indivíduo apresenta três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células do seu corpo.

“É um exame relativamente simples e que é fundamental para o diagnóstico conclusivo da síndrome. E, como bem sabemos, quanto mais cedo se der esse diagnóstico, mais rapidamente as crianças poderão ser encaminhadas para um serviço de estimulação precoce e acompanhadas de forma adequada”, destacou a autora da matéria, vereadora Júlia Arruda, que coordena a da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal.

Segundo a presidente da Associação de Síndrome de Down do RN, Glauciane Santana, há três possibilidades de alteração cromossômica que desencadeiam o surgimento da síndrome, que só podem ser esclarecidas por meio do cariótipo. “Existem outras condições genéticas que fenotipicamente pareçam com Down, mas na verdade não sejam. Por outro lado, o tipo de alteração vai impactar ainda nas probabilidades de um segundo filho também nascer com a síndrome. E os pais precisam ter ciência disso com respaldo de um exame genético”, explicou a neuropsicóloga.

No Brasil, estima-se que existam 300 mil pessoas com síndrome de Down. “Mas, infelizmente, não temos dados oficiais que apontem o universo real. Então, ter uma triagem desse tipo, vai contribuir para construção de um censo que possa orientar a construção de políticas públicas que assegurem, por exemplo, matrícula na escola regular, condições de acesso à saúde, lazer, esporte, mercado de trabalho, e que diminuam as dificuldades que inevitavelmente vêm com a síndrome”, destacou Glauciane.

21 de março é considerado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data está no calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) e, em 2019, o tema da campanha é ‘Ninguém fica pra trás’. “É, acima de tudo, um dia de luta por mais respeito e inclusão. E o ponto de partida é oferecer um diagnóstico rápido, preciso e humanizado, assistindo as crianças e suas famílias nesse momento tão delicado e ainda cercado de tabus”, finalizou a vereadora Júlia.

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