‘CASAMENTO É PASSÍVEL DE DIVÓRCIO’, DIZ PORTA-VOZ SOBRE BOLSONARO E PSL

© Ed Alves/CB/D.A. Press

O presidente Jair Bolsonaro centrou boa parte da sua agenda nesta segunda-feira (14/10) em conversas com deputados federais do PSL para discutir a sua intenção de se desligar da sigla. Por enquanto, o chefe do Executivo federal não confirma a vontade de deixar a legenda de forma oficial, no entanto, pessoas próximas a ele confirmam os rumores de um possível desligamento entre as partes. De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, “qualquer casamento é passível de divorcio”.

“O presidente analisa a situação referente ao seu posicionamento ao PSL dia a dia e usa uma metáfora que lhe é muito usual: qualquer casamento é passível de divorcio”, disse o porta-voz, em briefing com jornalistas no início desta noite.

O Rêgo Barros fez a comparação do momento delicado vivido pelo presidente e o partido com um casamento conturbado em três oportunidades. Segundo ele, Bolsonaro ainda “não afirmou que há divórcio”, mas que “nos casamentos, eventualmente, chega-se a uma situação em que é preciso que haja o divórcio”. “Mas ele (Bolsonaro), não qualificou que este momento, ou que este casamento, vá gerar divórcio, ao menos no momento”, acrescentou.

Questionado sobre o que seria preciso para que o “casamento” entre Bolsonaro e PSL fosse tranquilizado, Rêgo Barros desconversou. “Não é possível adiantar a possibilidade de se concretizar divórcio em qualquer que venha a ser o casamento, adiantar que haja divórcio em qualquer que seja o casamento. O presidente não classificou que, ao menos nesse momento, esse casamento vá para o divórcio”, reforçou o porta-voz.

Na última semana, Bolsonaro assinou um requerimento junto com 21 parlamentares do PSL cobrando a prestação de contas do partido para tornar públicas informações relevantes sobre as finanças do PSL. O documento pede uma auditoria externa dos dados. Dessa forma, tanto o presidente quanto os demais parlamentares do partido poderiam se basear em eventuais irregularidades para solicitar desfiliação da sigla por justa causa, sem que haja perda de mandato.

De acordo com o porta-voz, tal atitude explica-se porque “o que ele quer é que o PSL seja referência como partido político, transparente, que se mostre à sociedade como um partido diferente”. “Para isso, é preciso que haja um compliance, que haja a possiblidade de ir fundo nas análises do partido e confirmá-las”, defendeu Rêgo Barros.

Conversa com líderes

Bolsonaro abriu o seu gabinete para dialogar com deputados da legenda nesta na manhã desta segunda-feira(14). As reuniões, contudo, aconteceram somente com parlamentares que aprovam o seu posicionamento de ataque à sigla e ao presidente do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-SP).

Augusto Fernandes – Correio Braziliense

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