MINISTRO PAULO GUEDES PEDE DESCULPAS A DOMÉSTICAS, MAS REAFIRMA CRÍTICA A VIAGENS AO EXTERIOR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Presidência

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu desculpas nesta quinta-feira por ter afirmado que viagens de empregadas domésticas à Disney, nos Estados Unidos, eram uma “festa danada”, quando o dólar estava baixo. Em cerimônia no Palácio do Planalto, uma semana após o ocorrido, Guedes pediu desculpas “se tiver ofendido” e afirmou que sua avó paterna foi doméstica.

Entretanto, disse não ver problemas na declaração e reafirmou a crítica às viagens da população ao exterior, dizendo que o câmbio baixo levou a população a “direções equivocadas”. O ministro também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está ”dando umas mexidinhas” na reforma administrativa. A ideia era enviar a proposta nesta quinta-feira, mas o governo decidiu encaminhar o texto somente após o carnaval.

— Nós, quando fazemos política econômica, estamos pensando em todos os brasileiros e particularmente nos mais humildes. E aquele modelo antigo, com os juros lá em cima, transformava os empresários e empreendedores brasileiros em rentistas. Ao invés de fazer investimento, criar emprego, rentistas. Justamente também as famílias mails humildes, empregadas domésticas, inclusive, a quem eu peço desculpa, se puder (sic) ter ofendido, dizendo que a mãe do meu pai foi empregada doméstica — afirmou Guedes, em seu discurso.

Em seguida, voltou a recomendar viagens a praias do Nordeste e ressaltou que antigamente era mais barato viajar ao exterior do que para dentro do Brasil.

— Qual o problema de você fazer uma referência como essa? Mostrando que os preços estão empurrando a população em direções equivocadas. Um Brasil cheio de belezas naturais, e as pessoas pensando em não viajar para as praias do Nordeste, por exemplo, porque estava 50% mais caro ir para o Nordeste brasileiro do que ir para exterior — criticou, sendo aplaudido.

O ministro também afirmou que frases suas são retiradas de contexto e disse que quem faz isso está “semeando a discórdia”:

— Quem tira de contexto o que nós estamos falando está semeando discórdia, semeando divisão entre os brasileiros em um momento em que nós estamos em um momento em que nós estamos, como disse o Pedro (Guimarães, presidente da Caixa), como disse o Roberto (Campos Neto, presidente do Banco Central) também, incluindo milhões de brasileiros no financiamento da Caixa Econômica, ao mesmo tempo em que estamos desestatizando o mercado de crédito.

Em outra parte do discurso, voltou a se referir a empregadas domésticas, ao falar sobre a necessidade de investimentos em saneamento.

— O BNDES vai ajudar. O “s” de BNDES agora é de saneamento. Vai fazer saneamento. 100 milhões de brasileiros precisando de água e esgoto, as classes mais humildades, as empregadas domésticas.

Guedes também afirmou que o câmbio é flutuante e que o dólar pode variar entre R$ 3,80 e R$ 4,40, mas disse  que o novo patamar da moeda é “inquestionavelmente alto”.

— Pode ser R$ 3,80, pode ser R$ 4, pode ser R$ 4,20. O câmbio é flutuante. O Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto.

O Globo

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