No último dia 15 o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, denunciou o Ministério da Educação (MEC) por considerar irresponsável a explosão de faculdades de Direito que abrangeu todo o Brasil nos últimos 20 anos.
Para Ophir “é inadmissível que a plorifelação desordenada e irresponsáveis por parte do MEC tenha atingido um percentual de 612% no período”.
Tenho certeza que a classe jurídica do país inteiro agradece a atitude do presidente, não por essa atitude inibir o número de concorrentes lançados em abundancia todos os anos no mercado, mas sim por considerarmos uma questão de respeito aos profissionais que estão na luta diária trabalhando dignamente e estudando muito para oferecer a sociedade um trabalho de qualidade, ético e um acesso a justiça e seus serviços correlatos de forma eficaz e satisfatória a seus clientes.
Quem é da classe jurídica e também quem dela se utiliza sabe de que estou falando, pois por muitas vezes excelentes profissionais do Direito são, em textos e discursos leigos, colocados em pé de igualdade com bacharéis e advogados que estão exercendo a profissão apenas terem cursado uma faculdade e estão com um diploma na mão e não porque almejam uma realização profissional como acontece aos que se classificam como os verdadeiros operadores do Direito.
Com a denúncia por parte da OAB contra esta atitude corriqueira do MEC também estaremos travando uma luta contra esse índice altíssimo de reprovação no exame da Ordem, onde, volto a repetir, em textos e discursos leigos, bacharéis atuantes e competentes que aprenderam a lhe dar com a justiça do país na sua ardua luta diária foram vítimas de faculdades que ludibriam a população com propagandas que fazem menção a um ensino de qualidade, quando na verdade , em alguns casos, só capricham mesmo na estrutura e o estudante de escolas públicas ou privadas que não tem conhecimento da vida acadêmica nem muito menos do mercado de trabalho que o espera, se tornam mais uma vítima. O pior de tudo é que ainda se tornam vítima da sociedade que, na sua grande maioria, por não terem conhecimento dessa bola de neve que gira em torno do ensino jurídico do Brasil, generalizam os profissionais do Direito de forma a qualificarem a sociedade jurídica do país como incompetente. Um absurdo e atestado de profunda ignorância!
Assim, nesta esfera, na verdade a falha vem do setor que deveria ser mais preocupado com o ensino desempenhado no Brasil: O Ministério da Educação.
O MEC que autorizou a criação de 1009 faculdades de Direito no Brasil nos últimos 20 anos, agora , além de sofrer com a denúncia, será alvo de muitas críticas.
(com base no informativo da Ordem dos Advogados do Brasil)
Por Flávia Emerenciano, Jurista e pós- graduanda em Direito Tributário pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
Pertinente e inteligente,o alerta contra a irresponsabilidade do mec em autorizar cursos de direito,em todas as “esquinas do país”,formando assim,profissionais capengas!Parabéns doutora.