Robinson faria – O cravo reagiu

“Eu me sinto magoado. Tive muitas decepções. Com 24 anos de carreira política, todo o capital que consegui acumular, dediquei a Rosalba. Arrisquei mais minha cabeça do que ela”.  

Por mais que negue o ressentimento, o vice-governador Robinson Faria, presidente regional do PSD, deixou transparecer sua mágoa com o “casal”, como ele se refere à governadora Rosalba Ciarlini e seu marido Carlos Augusto Rosado, com quem rompeu no ano passado . Na entrevista que concedeu ao O Poti/Diário de Natal, Robinson disse que sua amizade com o senador José Agripino foi cortada, criticou a inexistência de projetos do governo – “O único projeto do governo é a reeleição de Rosalba” – , a situação precária da população em termos de saúde e segurança e disse que o seu partido, organizado em 132 municípios do RN, disputará as eleições deste ano em, pelo menos, 50 cidades potiguares.

Veja a entrevista na íntegra:

Quais as perspectivas do PSD para as eleições de 2012?
O PSD está organizado em 132 municípios, com diretórios formados. É lógico que não vamos ter candidatos a prefeito em todas essas cidades. O número preciso de candidatos a prefeito eu não tenho. Mas acredito que disputaremos a prefeitura em mais de 50 cidades. Em outras situações, teremos candidatos a vice-prefeito e formações da chapa proporcional. Temos uma capilaridade muito boa. O PSD está espalhado em todas as regiões do estado.

O partido poderá indicar o vice numa chapa encabeçada pela ex-governadora Wilma de Faria?
Não tem nada definido ainda no quesito apoio. Até porque não teria como definir sem consultar o partido. Eu tenho que reunir os deputados estaduais José Dias e Gesane Marinho, o deputado federal Fábio Faria, o diretório, antes de ter uma definição. Será uma decisão coletiva. Mas na conversa que teve individualmente comigo, Wilma cogitou a possibilidade de o PSD indicar o vice dela, caso venha a apoia-la na disputa pela prefeitura de Natal.

O senhor também conversa com o PT e com o ex-prefeito Carlos Eduardo?
Como sou presidente estadual do partido, eu tenho sido procurado por todos os pré-candidatos a prefeito de Natal. O PSD é um partido que tem o vice-governador, um deputado federal, dois deputados estaduais bem votados em Natal e que são bons parlamentares. José Dias é muito atuante, Gesane tem uma votação muito boa na cidade. Além disso, o PSD, tudo indica, terá o terceiro maior tempo de televisão do Brasil, pois tem 57 deputados federais. Com isso, o partido fica sendo muito cortejado. O tempo de TV vai valer ouro na campanha de Natal e Mossoró. A eleição na capital é feita praticamente na televisão, com pouca força dos comícios. O deputado estadual Agnelo Alves (PDT) já acenou para uma aproximação com o PSD em Natal. Também já tive reuniões com o deputado estadual Fernando Mineiro (PT). Os dois também buscam o PSD. A todos eles eu disse que ainda não tenho uma resposta. Não vou responder pela minha simpatia pessoal. A definição será do grupo.

O senhor acredita na possibilidade de união da oposição em Natal?
Não cabe a mim essa decisão. Eles estão se encontrando entre si. Já ouve encontro de Wilma com Carlos Eduardo. Já existiram conversas de Fátima Bezerra, Mineiro e Wilma. Então, não posso me antecipar e escolher um candidato que amanhã possa até não ser mais candidato e vir a apoiar outro. Meu desejo era que as oposições seguissem unidas já no primeiro turno. Mas acho muito difícil. Gostaria que lançássemos uma chapa forte na primeira etapa. Mas, os sinais não indicam este sentido.

Quais seriam os nomes para representar a chapa forte de oposição?
É difícil responder. Até agora, Wilma não lançou-se candidata. Ela própria já adiou várias vezes o lançamento do seu nome. Ela é um nome forte, assim como também o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Mas, as pesquisas mostram que 80% dos natalenses ainda não escolheram seus candidatos a prefeito de Natal. Então, fica difícil dizer quem é mais forte quando o eleitor ainda não se interessou por escolher seu candidato a prefeito.

Quais os nomes que o PSD tem hoje para oferecer como vice na formação de uma chapa?
Qualquer nome, menos o meu. Eu não pretendo ser, pois já sou vice-governador do estado. Mas, tem Fábio, Gesane, José Dias, que são nomes que estão aí. Eles não externaram desejo de integrar a chapa. Mas são lembrados pelos pré-candidatos. São nomes com credibilidade. Fábio tem a simpatia dos jovens. José Dias é experiente, com sete mandatos. Já Gesane é uma mulher de força, uma novidade. Nunca falei com eles sobre isso. Mas os pré-candidatos veem neles essas características.

O senhor aceitaria trocar a vice-governadoria pela vice-prefeitura?
Não vejo razão para isso, pois entrei com capital político-eleitoral para ser vice-governador. Fui um vice eleito. Não seria correto com o eleitor que votou na governadora Rosalba Ciarlini (DEM), em grande parte por eu ser vice dela, eu abrir mão do cargo para ser candidato a vice-prefeito de Natal só por causa da contingência política.

Como é sua relação com Rosalba hoje, após o rompimento?
Não tenho atuação no governo. Nunca fui procurado por ninguém do governo até hoje para, sequer, dar uma mera opinião. Então, não há relação nenhuma. Mas, sou consciente das minhas obrigações, da liturgia do cargo que ocupo. Dou expediente normalmente como vice-governador do estado. Estou à disposição do estado, independente da questão política. Politicamente, não tenho mais nenhuma ligação com o grupo da governadora Rosalba Ciarlini.

Qual a estrutura da vice-governadoria?
É mínima. Vereadores do interior talvez tenham maior estrutura do que o gabinete do vice-governador. Tem em torno de seis cargos comissionados apenas. Por sinal, nem estão preenchidos todos, porque eu era secretário de Recursos Hídricos e, com a dificuldade que o estado tinha para a contratação de pessoal, fui o primeiro a dar o exemplo e não preencher todos os cargos, nem no gabinete da vice-governadoria nem na secretaria.

O seu último projeto como deputado estadual foi a criação do “Cidadão sem Fome”, que visava a educação fiscal e a assistência às famílias carentes. Hoje, o programa não funciona mais. O governo sequer pagou o que devia ao fornecedor. Isso se deve às dificuldades do governo ou à falta de vontade política?
Eu não tenho informações de dificuldades financeiras. Já foram publicadas várias matérias na imprensa mostrando que o estado teve superávit de arrecadação. Só de ICMS o estado arrecadou R$ 1 bilhão a mais em 2011 em relação a 2010. E agora mesmo teve um novo recorde de arrecadação. Então, acredito que seja mesmo a má vontade, por ser um projeto que tem o rosto do vice-governador, que na época era deputado estadual. É muito vinculado a mim esse “Cidadão sem Fome”. Acredito que por isso o governo está deixando acabar. É uma decisão política deles.

De forma geral, qual a avaliação que o senhor faz sobre o governo Rosalba Ciarlini até agora?

Eu discordo com a avaliação que a governadora faz do período em que passou à frente do Estado. Ela fala em três vertentes e eu discordo que, como gestora, ela queira capitalizar esses três aspectos para seu governo. A primeira delas é a energia eólica. Toda a energia eólica do estado é gerada por empresas com 100% do capital privado. Vinham ocorrendo investimentos muito antes de ela ser governadora. A energia eólica ocorre por uma contingência da natureza. Nós temos o melhor vento do mundo para a energia eólica. É uma contingência ambiental, sem participação nenhuma do poder público. Basta o estado não atrapalhar que vai dar certo. Não pode ser colocada numa mesa como meta do estado, pois não existe participação, financiamento nem parceria. Só existe a licença ambiental, que a sociedade espera ser feita com transparência e agilidade. Não é uma conquista do atual governo. Outro ponto é o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. A presidente Dilma Rousseff (PT) esteve aqui e deixou claro quem foram os protagonistas da conquista. Isso quem disse foi Dilma, que era chefe da Casa Civil no governo Lula (PT) e acompanhou tudo de perto. Ela agradeceu a quem deveria agradecer. Acho até que o atual governo não deveria nem falar nisso, pois o dever do governo, que é fazer as obras de acesso, não está sendo cumprido. Não foi feito nada até agora. O aeroporto que está lá foi todo feito pelo exército, pelo governo federal. Portanto, não pode ser citado como uma conquista do atual governo. E o terceiro ponto é a Copa do Mundo de 2014. Natal já era sede da Copa antes de o governo assumir. Também não pode ser colocado como uma conquista do atual governo. É um discurso fantasioso.

O governo argumenta que Natal estava quase sendo excluída da Copa e, por iniciativa de Rosalba, conseguiu manter a cidade como sede. O senhor concorda?
É um jogo de palavras. Ela fez. Deu continuidade. Mas Natal já estava definida como sede pela situação geográfica e pela estrutura para o turismo. A cidade de Natal tem um apelo muito forte.

Mas, agora eu pergunto: e as obras de mobilidade de responsabilidade do estado para a Copa do Mundo? Nenhuma foi feita. Então veja que o estado está atrasado. Não vejo nenhum sinal da conclusão do prolongamento da Prudente de Morais, do início das obras da Roberto Freire. Não acho positivo o governo estar falando em Copa como conquista.

Tirando esses três pontos que o governo coloca como principais do seu primeiro ano, que saldo o senhor tira?
Vamos para o real, que são as políticas públicas do governo do estado: segurança, saúde, educação. Na segurança, acho que o governo escolheu muito bem sua equipe. Tem bons projetos, boas ideias, inclusive um dos projetos que foi ideia minha: o ronda do quarteirão, que mudaram o nome para ronda cidadã. Mas, no orçamento de 2012, aprovado pela Assembleia Legislativa, não há dinheiro para a segurança. Então como podemos ter políticas públicas para a segurança se o orçamento do estado não contempla? Como o governo fala em segurança e não destina dinheiro para a área? Por isso, está o caos. Tem uma equipe bem intencionada, mas não há estrutura, prioridade. Não há política pública para a segurança do Rio Grande do Norte. Está um absurdo o aumento da insegurança tanto na capital quanto no interior. Nunca o estado esteve tão vulnerável neste quesito. Na saúde, todo mundo imaginava um avanço muito grande por termos uma governadora médica pediatra. No entanto, a saúde está muito mal. Os hospitais regionais estão sucateados. Estão sem material, medicamentos e até insumos básicos. Estão todos funcionando de forma precária. Isso incha em Natal o Hospital Walfredo Gurgel. Os hospitais regionais deveriam atender a média complexidade. Mas, mal atendem à baixa complexidade, o que dirá a média.

A governadora anunciou que pretende construir novos hospitais. Seria a solução?

Não adianta fazer novos hospitais se os atuais não estão funcionando. Então a saúde caiu muito. Isso é o que o povo diz em todos os cantos do estado. Não há funcionamento da máquina pública. Os serviços pioraram. Até os mais básicos. O programa do leite, um sucesso há 20 anos, praticamente não existe mais.

Não adianta fazer novos hospitais se os atuais não estão funcionando.

Na mensagem que leu na Assembleia Legislativa, a governadora prometeu investimentos para este ano…

É surreal ela falar em investimentos na Assembleia Legislativa, porque não conheço os projetos do atual governo. O único projeto que conheço do atual governo é o da reeleição da governadora. É o mais claro que até agora você consegue ver. O projeto é muito mais político do que administrativo.

Mas então porque o senhor aceitou fazer parte de uma chapa que não tinha um projeto para o Rio Grande do Norte?

O plano existia, mas foi abandonado. A secretaria estadual de Recursos Hídricos foi um exemplo. Montei uma equipe de excelência. Entreguei à governadora um plano de metas para quatro anos de governo, com obras importantes para o estado e projetos audaciosos. Ela nunca demonstrou boa vontade. Esse foi um dos motivos que me fez perceber que não existia uma relação de parceria comigo.

Mas, quando vocês eram candidatos, não existia um plano prévio do que a chapa pretendia fazer pelo estado?

Existia um mini-projeto. Acredito que o governador, quando se elege, tem pelo menos três meses para fazer um projeto muito mais detalhado, porque até então não tem dados de como vai receber o governo. Ele tem até a sua posse para montar seus projetos. Quem fez isso muito bem foi Aécio Neves, em Minas Gerais, e Eduardo Campos, em Pernambuco, considerados os melhores governos do país. Eu sugeri a contratação da mesma empresa de consultoria que eles contrataram, do professor Falconi, para no dia da posse o governo já saber o que fazer. Essa transição seria o grande momento de planejamento para Rosalba Ciarlini, mas não fui ouvido.

O senhor acha que o povo está cansado desse discurso de “herança maldita”?

Eu acho até que ela tem que dizer a verdade. Não vou culpá-la por isso. Todo governador tem que dar transparência ao que encontrou. Ela tinha que contar ao estado o governo que ela encontrou. Mas, o povo não queria só isso. O povo tinha uma expectativa de que ela, como tinha uma imagem de boa prefeita, fosse uma boa governadora. Mas, faltou ao governo planejamento, processos. O governo teve três ou quatro meses para se planejar e não o fez. Acho que pecou também quando não dialogou com os servidores. Não dialoga até hoje. Tem que dialogar. O estado é de todos. Ficou um governo travado, sem diálogo. Isso prejudicou muito. O que também prejudicou foi essa obsessão dela pela reeleição, com muita ansiedade. Isso está prejudicando bastante.

O senhor vê no senador José Agripino o principal responsável por sua saída do governo?

Antes de Agripino iniciar essa trajetória que ele resolveu liderar para me tirar do governo do estado, eu já tinha a decisão tomada de entregar a secretaria. Não seria um rompimento. Iria entregar porque cheguei com muitos sonhos, de fazer um governo a quatro mãos, para dividir o sucesso ou insucesso do governo. Minha intenção com Rosalba era tão leal quanto a do seu marido. Minha expectativa era que minha carreira política subisse junto com ela. Mas, vi que todos os pleitos que eu levava não tinham resposta. Depois, no empréstimo do Banco Mundial, tinha áreas que contemplavam minha secretaria e a Caern, mas deixaram de fora. Foi uma demonstração de muita má vontade. Depois, no orçamento, o governo cortou 70% dos recursos da minha secretaria. Eu iria ficar de figura decorativa do governo. Lá na frente, eu seria cobrado como secretário incompetente. Isso era demonstração clara, nítida, com o vice-governador no âmbito administrativo. Na parte política, eu diria que foi a maior ingratidão e injustiça feita com um ser político o que fizeram comigo. O senador José Agripino (DEM) passou um ano me assediando para eu ser o vice de Rosalba. Na minha adesão a Rosalba, levei uma grande chapa proporcional, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Levei grande capital político. Com toda as adversidades que Iberê (Ferreira) enfrentou, ele quase foi para o segundo turno. Se tivesse, era muito difícil ele perder a eleição, pois ele vinha numa curva crescente. No segundo turno, Lula e Dilma viriam para Natal. Provavelmente, eu e Rosalba perderíamos as eleições.

O que foi crucial para o rompimento com Rosalba?

Eu me sinto magoado. Tive muitas decepções. Com 24 anos de carreira política, todo o capital que consegui acumular, dediquei a Rosalba. Arrisquei mais minha cabeça do que ela. Rosalba tinha mais quatro anos de Senado se perdesse. Eu, não. Iria para casa. Quem colocou o pescoço na forca foi Robinson Faria. Confiei que estava entrando para uma nova família, com parceria, cumplicidade. O senador José Agripino, que também se beneficiou da aliança, inexplicavelmente, antes mesmo do PSD, já havia esfriado comigo. Disseram-me que era por causa do espaço que tinha sido concedido a mim dentro do governo. Quando fundei o PSD, ele encontrou o que mais queria: a justificativa para enfrentar o vice-governador. O PSD surgiu do entendimento meu, com a governadora e Carlos Augusto.Eles me incentivaram a buscar o partido. Não foi ato de rebeldia nem de independência. Entendia que o PSD era importante para nos fortalecer para o futuro. Mas, o senador José Agripino, com o mandato de oito anos, começou uma campanha sórdida contra minha presença no governo, dizendo que eu queria tutelar a governadora. Ele esqueceu que, antes de se eleger, precisou do meu apoio. O protagonista da ingratidão, da injustiça, foi José Agripino. Depois, teve concordância da governadora e do seu marido, Carlos Augusto, que é seu mentor político. Aí começou o boicote administrativo ao vice-governador e político ao PSD. Então, me senti na obrigação de romper para não perder minha dignidade. Eu estava diante de pessoas que me usaram para chegar à vitória e depois tentaram me sangrar para tentar esvair o capital político que levei para eles.

José Agripino e Carlos Augusto conseguiram destruir o capital político que o senhor diz ter doado à campanha de Rosalba, cooptando liderados do seu grupo?

Isso o tempo dirá. Não sou eu quem vai dizer. Mas, a opinião pública mostrará. Eu acredito que, com esse comportamento que tiveram comigo, eu saí derrotado agora. Mas, não sairei derrotado no julgamento popular. Eu fui coerente, amigo e leal. Mas, depois fui descartado. Fui obrigado a sair pelos meus princípios. Tive a coragem de não me submeter a um grupo que estava querendo acabar com o que eu tinha de mais importante, que era uma história de coerência, de defesa das minhas bases. Achei melhor sair do que estar num governo que maltrata as pessoas que eu levei para votar em Rosalba. Os prefeitos ligados a mim estavam sendo boicotados por serem ligados a mim. Isso tudo foi uma trama feita por José Agripino e pelo casal contra mim. Teve a colaboração de outros protagonistas que se somaram para tentar destruir minha carreira. Até hoje me pergunto o motivo dessas pessoas terem se unido contra mim. Será que era por causa da vaga de senador em 2014? Eu nunca pedi. Muito pelo contrário.

Como fica a situação da deputada estadual GesaneMarinho, que pertence ao PSD mas é aliada da governadora Rosalba Ciarlini?

Eu não proibi apoio ao governo Rosalba. Não fiz nenhuma proibição a ninguém ligado a mim. Nem aos prefeitos, nem a deputados, nenhuma liderança. Até porque eles votaram nela ao meu pedido. Não vou exigir esse sacrifício. Eu tenho uma posição minha. Mas, cada um tem seu livre arbítrio. Minha posição é clara de oposição, devido à injustiça. Esse grupo para mim faz parte do passado. Foi a pior experiência que vivi na vida pública. A deputada Gesane Marinho tem o livre arbítrio dela. Eu estou numa posição agora que só quero quem me quer. Só quero que caminhe junto comigo quem estiver à vontade e faça de forma espontânea, não por obrigação. Isso não inibe minha vida política. O tempo é o senhor da razão. O que ocorreu em 2010 e 2011 terá conseqüências no futuro. A história mostrará quem estava certo.

O senhor pretende ser candidato ao Senado?

Hoje não posso dizer que sim nem que não.

Esses acontecimentos esmoreceram seu desejo de disputar o Senado?

 De forma alguma. Confesso que quando saí de Natal para refletir, pensei. Tive uma overdose de decepções. Parecia que eu estava com um vírus que podia contaminar quem falasse ou estivesse comigo. Eu notei que pessoas que eram da minha convivência diária se afastaram de mim repentinamente. Parecia que eu era um leproso. Mas, com todas essas decepções, falou mais alto uma proteção divina que eu tive. Eu poderia por raiva, ressentimento e decepção, pensar em largar a política. É como você subir numa escada, degrau a degrau. De repente, quando chegar lá em cima, num determinado degrau, recebeu um chute de várias pessoas e sair bolando escada abaixo. Foi isso que ocorreu comigo. Esse grupo se uniu e deu um chute em mim. Vou começar novamente do primeiro degrau. Mas, isso não me esmoreceu. Estou mais motivado ainda. Já superei tudo isso. Hoje, tenho o projeto político de continuar na vida pública. Tenho o legado de pessoas que confiam em mim, pela coerência, amizade, honestidade. Esse legado eles nãoconseguiram destruir.

Mas o senhor pretende ser candidato a senador em 2014?

Vou esperar o que vai resultar dessa minha caminhada. Estou caminhando pelo estado. Estou estabelecendo parcerias em diversas cidades. Tenho procurado cumprir um roteiro. Encontro muita solidariedade aonde chego. Mas, 2014 é 2014. Até lá, vou caminhar. Quando chegar, decidirei junto às bases qual será o destino de Robinson. A certeza que tenho é que serei candidato a algum cargo eletivo.

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