BRASÍLIA – E AGORA JOSÈ?

O senador e presidente nacional do Democratas, José Agripino Maia, articula com seus pares do Senado um pedido “de consideração” acerca da convocação do líder do partido na Casa, Demóstenes Torres (GO), de quem a Polícia Federal revelou ter relação de proximidade com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso na penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró.

Na edição desta sexta-feira d’O Globo, o jornalista Ilimar Franco, titular da coluna Panorama Política, informa que “atendendo a um apelo do presidente do DEM, José Agripino (RN), os senadores Pedro Taques (PMDB-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) não acionaram o Conselho de Ética no caso do líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO)”. Agripino nega.

“Não houve apelo. Fiz consideração sobre a conveniência de convocar Demóstenes ao Conselho de Ética. Os senadores são maduros e tomam a decisão por conta própria”, disse o democrata.

Gravações da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (GO), líder do DEM no Senado, pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar a exploração ilegal de jogos em Goiás.

Relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso. O documento aponta ainda ligações comprometedoras entre os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) com Cachoeira.

O relatório, produzido três anos antes da deflagração da Operação Monte Carlo, escancara os vínculos entre Demóstenes e Cachoeira. Numa das gravações, feitas com autorização judicial, Demóstenes pede para Cachoeira “pagar uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil”.

Em outro trecho do relatório, elaborado com base nas gravações, os investigadores informam que o senador fez “confidências” a Cachoeira sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Parlamentar influente, Demóstenes costuma participar de importantes discussões, sobretudo aquelas relacionadas a assuntos de segurança pública.

O relatório revela ainda que desde 2009 Demóstenes usava um rádio Nextel (tipo de telefone) “habilitado nos Estados Unidos” para manter conversas secretas com Cachoeira. Segundo a polícia, os contatos entre os dois eram “frequentes”. A informação reapareceu nas investigações da Monte Carlo.

Para autoridades que acompanham o caso de perto, esse é mais um indicativo de que as relações do senador com Cachoeira foram mantidas, mesmo depois da primeira investigação criminal sobre o assunto.

Questionado pela reportagem do Nominuto.com a respeito do que pensa Agripino sobre o envolvimento de Demóstenes nesse caso, ele se limitou a dizer “são fatos que devem ser explicados”.

 Nominuto.com

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