O doleiro Alberto Youssef (ao centro) quando foi preso pela Polícia Federal
Em depoimento prestado à força-tarefa da Lava Jato em caráter sigiloso em 10 de outubro passado, que veio à tona nos autos da investigação nesta quinta-feira, 12, por decisão do juiz Sergio Moro, Alberto Youssef afirmou que parte do dinheiro pago por empreiteiras que tinham contratos com a estatal petroleira acabou revertida para o PT, com conhecimento de Dirceu.
No depoimento, o doleiro Alberto Youssef aponta o ex-ministro José Dirceu como destinatário de dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Dirceu já teve os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação.
Youssef disse que ele e Júlio Camargo, ligado à empresa Toyo Setal, dividiam a operação do dinheiro. Ele ficava com a diretoria de abastecimento, de Paulo Roberto Costa. E Júlio Camargo com a de serviços de Renato Duque.
A sistemática de Júlio Camargo, segundo Youssef, era complexa: o dinheiro conseguido através de contratos fraudados das empresas Mitsui Toyo e Camargo Corrêa com e Petrobras era enviado de forma legal ao exterior pelas empresas de Júlio Camargo. Depois o dinheiro era transferido para contas indicadas por Alberto Youssef ainda no exterior. O doleiro, então trazia o dinheiro de volta para o Brasil.
Youssef, segundo depoimento, pegava a parte que cabia ao PP e a Paulo Roberto e entregava o restante a Júlio Camargo, que por sua vez, repassava o dinheiro a Renato Duque, Pedro Barusco e ao PT.
Youssef disse ainda que as pessoas indicadas para efetivar os recebimentos na época eram Joao Vaccari e Jose Dirceu. O doleiro afirma que os pagamentos foram feitos entre o fim de 2005 e 2012. E que foram destinados R$ 27 milhões para o PT e para a diretoria de serviços comandada por Renato Duque.
Para o Partido Progressista, Youssef disse que foram pagos R$ 13 milhões em 2010 ou 2011. No depoimento, Youssef diz que acredita que José Dirceu tenha uma relação muito boa com o consultor da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo, pois utilizava a aeronave Citation Excel de propriedade dele. Segundo Youssef, Júlio Camargo tinha ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente, com José Dirceu e Antônio Palocci.
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