MST vai às periferias arregimentar militantes contra ‘golpe’

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Foto: Adriano Abreu

Com a perspectiva do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Movimento dos Sem-Terra (MST) retomou a arregimentação de pessoal nas periferias para engrossar suas bases no campo. O objetivo é reforçar os quadros para enfrentar a “direita golpista”, como é chamado o possível governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Num primeiro momento, o MST vai participar com centrais sindicais e outros movimentos populares da paralisação prevista para o dia 10, véspera da votação do impeachment no Senado.

Líderes do MST consideram que os 13 anos de governo do PT deixaram a militância “enferrujada”, além de terem contribuído, com programas sociais como o Bolsa-Família, para esvaziar os acampamentos em todo o País. De acordo com o dirigente nacional Gilmar Mauro, o movimento se prepara para “novas batalhas” em caso de vitória do impeachment. “Não vamos aceitar um governo sem legitimidade. À medida que a classe trabalhadora se der conta de qual é o projeto do possível governo Temer, a tendência é o processo de mobilização aumentar cada vez mais”, afirmou.

De acordo com Márcio Barreto, da direção estadual, além da mobilização pela reforma agrária, o movimento faz um trabalho de conscientização política. “Mostramos o que foi o governo Fernando Henrique (Cardoso) e o que fez o governo Lula para os movimentos sociais”, disse, acrescentando que, no primeiro, houve preocupação em investigar os movimentos, enquanto se “encobria” a corrupção. Segundo Barreto, o MST tem mil famílias acampadas no Pontal, “mas o número de famílias aptas a se cadastrarem no programa de reforma agrária é muito maior”.

A crise política levou o MST a buscar uma reaproximação com grupos dissidentes, como o Movimento Social de Luta (MSL), que atua principalmente em Goiás, no entorno do Distrito Federal e na região de Bauru, interior de São Paulo. De acordo com o líder do MSL, Luciano de Lima, o risco da “volta da direita” ao poder está unindo os movimentos. “Fomos procurados pelo pessoal do MST e estamos juntos na luta contra o golpe.”

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