Federações e clubes do Nordeste, Sudeste e Sul do País estão se articulando para lançar um candidato de peso à sucessão de Marco Polo Del Nero na CBF. Se o dirigente não sair do cargo por causa de pendências na área criminal – ele foi indiciado em 2015 pela Justiça dos EUA por crimes de corrupção – e permanecer na presidência da entidade até a eleição de 2018, seus aliados vão ter de disputar o poder na CBF com um grupo que, hoje, poderia ter como principal nome o empresário Abilio Diniz ou o senador Romário (PSB-RJ).
Embora o mandato de Del Nero se encerre em 2019, a eleição na CBF está prevista para abril de 2018. Ele ganhou o direito ao cargo em abril de 2014, mas só tomou posse 12 meses depois. Na avaliação de dois dirigentes de oposição, ouvidos pelo Terra e que não quiseram ser identificados, a próxima eleição na CBF vai confrontar Del Nero e seus seguidores e o grupo que está insatisfeito com o comando do futebol brasileiro. Não haveria espaço para uma terceira chapa.
Um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil, Abilio Diniz tem militância na vida política do São Paulo, seu clube de coração, e é muito bem avaliado pela oposição a Del Nero. O mesmo se pode dizer de Romario, principalmente por sua posição destacada em recente CPI do Futebol, no Senado, na qual foram expostas inúmeras suspeitas de transações ilícitas envolvendo a alta cúpula do futebol brasileiro.
“A intenção é ter um nome de expressão nacional, com legitimidade, contrário a tudo que vem acontecendo há anos na CBF e com uma situação financeira estabilizada. Que não precise viver do futebol. Hoje, Abilio Diniz se encaixaria muito bem nesse perfil. Romário também seria uma boa opção”, disse ao Terra o presidente de uma das grandes federações de futebol do Brasil.
O grupo de oposição prefere, por enquanto, trabalhar em silêncio. Isso porque teme represálias da CBF, no que diz respeito à repasse de dinheiro e à arbitragem de jogos.