Fotos: João Vital / Clóvis Medeiros dos Santos
Em Acari, distante 209 km de Natal, o clima é quente e seco. Plantar não seria uma alternativa viável não fosse a vocação natural do município para a manga maranhão. É com a venda da fruta, inclusive para outros estados do Brasil, que muitos moradores das comunidades Bico da Arara e Cacimba do Meio estão sobrevivendo após seis anos de seca. Com o projeto de acesso à água já em andamento promovido pelo Governo do RN, com investimentos de R$ 400 mil nas duas comunidades via Governo Cidadão e Banco Mundial, a vida de 43 famílias vai melhorar ainda mais.
Clóvis Medeiros dos Santos, 63, na comunidade Bico da Arara em Acari, cercou sua casa de plantas e agora colhe os frutos. As nove mangueiras já lhe renderam boas vendas de manga maranhão, mas ainda há plantação de goiaba, graviola, caju e laranja. Os coqueiros morreram, mas quando o inverno chegar e a água também, ele vai plantar novamente.
“Sempre sofremos com a falta de água, principalmente para beber”, diz o presidente da associação comunitária Sérvulo Neto, nascido e criado em Cacimba do Meio. Ele é um dos que investiu na plantação de manga maranhão para completar a renda da família. Recentemente mandou um caminhão cheio para o Rio de Janeiro – foram vendidas, de uma vez só, 40 caixas da fruta. Com a chegada da água, ele espera fomentar o crescimento dos pés de graviola, acerola e pinha, que plantou em contrapartida ambiental.
O aposentado Francisco Canuto, 74, morador da localidade há 34 anos, vai aproveitar a fartura de água para investir nos pés de manga e vender a fruta. Quer também construir uma pequena caixa d’água para armazenar água para beber.
O projeto inclui a escavação de seis poços amazonas no Rio Acauã, para tornar possível o abastecimento de seis subsistemas a serem implantados ao longo da comunidade, com o intuito de atender 27 famílias. Os investimentos somam R$ 215,9 mil e ainda envolvem a distribuição de kits de reuso de águas cinza.