Foto: Brazil Forum UK/Divulgação
A ex-presidente Dilma Rousseff lamentou no sábado (5) ter assinado a lei que prevê a colaboração premiada . “Infelizmente assinei a lei que criou a delação premiada. Digo infelizmente porque ela foi assinada genericamente, sem tipificação exaustiva. E a vida mostrou que sem tipificação exaustiva ela poderia virar uma arma de arbítrio, de absoluta exceção”, disse a ex-presidente.
Foi durante o primeiro mandato de Dilma, em 2013, que a colaboração premiada acabou sendo institucionalizada, por meio da sanção pela petista da Lei de Organizações Criminosas. Desde então, o instrumento tem sido uma ferramenta largamente utilizada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que sacudiu o mundo político e atingiu em cheio o PT, além do PMDB e do PP.
Dilma também comparou a forma como as delações premiadas da Lava Jato vêm sendo negociadas com uma forma de tortura. “Prendem e submetem a uma forma de controle. Na minha época era uma moleza: era só ser preso – já que torturavam, tinha pau de arara, choque, afogamento e morte. Para nós era considerado leve, mas para as pessoas normais ser preso é gravíssimo: é perder a liberdade e o direito de ir e vir.
As declarações de Dilma foram feitas na abertura do Brazil Forum UK, na London School of Economics, em Londres. A conferência, que é organizada por estudantes brasileiros de várias universidades britânicas, tem como tema neste ano os 30 anos da Constituição de 1988. Mais cedo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso também concedeu uma palestra.
Carta Capital