Foto: Reprodução/Twitter – Vavá, irmão mais velho de Lula, tratava-se de câncer
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, Luciano Flores, rebateu nesta quinta-feira as críticas feitas pelo PT de que o ex-presidente Lula não foi autorizado a ir ao velório do irmão em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por uma decisão política. Segundo ele, mesmo que o PT disponibilizasse um avião para o transporte de Lula, não haveria condições de garantir a segurança do ex-presidente.
— Imagine vocês se nós usássemos, por exemplo, uma aeronave particular, emprestada por alguém e conduzida por um piloto que a gente não sabe quem, que vai conduzir um ex-presidente da República com policiais federais armados para onde? Quem garante que ele vá para o destino que ele deveria ir? — disse Flores.
A declaração, em tom de desabafo, foi feita em Curitiba, durante coletiva sobre a Operação Quinto Ano, 59ª fase da Operação Lava-Jato, que apura o pagamento de propina do Grupo Estre para a Transpetro.
Citando o caso em que o ex-presidente Lula foi conduzido para o velório da mãe, enquanto estava preso na época da ditadura militar, em 1980, Flores afirmou que, ao contrário do que ocorreu na época, desconhece casos em que houve a mobilização de milhares de manifestantes a favor e contra o político.
— Quando nos é dada uma missão, nós temos que cumprir essa missão com responsabilidade, prevendo as manifestações e as multidões que vão se deslocar para o local onde seria necessário levar o ex-presidente — afirmou o superindentente da PF, que prosseguiu:
— Imaginem um cemitério, em que há diversa entradas, inclusive onde um helicóptero não pode descer, a quantidade de policiais que deveria ser empregada para garantir o perímetro em volta para que os manifestantes não chegassem até o ex-presidente — declarou.
Flores assinou documento encaminhado na noite de terça-feira à juíza Carolina Lebbos, em que argumentava falta de helicópteros para fazer o transporte, possibilidade de fuga e de atentados contra Lula e os agentes de segurança. Carolina foi a primeira a negar a saída de Lula.
Depois, a autorização também foi negada pelo desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). No início da tarde de quarta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou a ida de Lula a São Bernardo para encontrar a família em uma base militar.
A notícia da decisão chegou minutos antes do horário marcado para o sepultamento, realizado sem a presença de Lula . O ex-presidente não aceitou fazer a viagem sem poder ir ao enterro.
Do Jornal Extra