A Prefeitura Municipal de São José de Mipibu, por meio da Secretaria Municipal de Cultural, que tem a frente da pasta a secretária Mariana Dantas, está elaborando roteiro turístico que contempla um celeiro de pontos de visitas que descortinam o passado e o presente da cultura mipibuense. Dentre os pontos turísticos estão as fazendas e engenhos, além da cultura religiosa, visitas a resortes, restaurantes e petiscarias do lugar.
De acordo com Mariana Dantas, a partir do segundo semestre deste ano São José de Mipibu vai estar aberta à visitação do turismo regional, nacional e internacional. “O turismo é um importante meio para difundirmos a história política, social e religiosa do nosso município. Somos privilegiados pelo protagonismo de importantes fatos que contribuíram para o desenvolvimento sociocultural do nosso município e região. A história construída com os aspectos religiosos, sociais e políticos do nosso povo precisa ser memorada por todos”, ressalta Mariana.
Distante 30 KM de Natal, São José de Mipibu descortina importante cenário cultural, com casarões, engenhos e uma rica história da política potiguar. Na fazenda Belém, localizada na margem esquerda da BR 101, no sentido São José de Mipibu – Natal, no ano de 1817 o então coronel Jerônimo de Albuquerque Maranhão esteve em missão oficial, onde naquela oportunidade, na casa grande da fazenda se encontrava dormindo o presidente da Capitania do Rio Grande, José Inácio Borges, que foi cercado e preso sob o comando de André de Albuquerque Maranhão, que de imediato destituiu o governante e determinou sua saída da então capitania do Rio Grande para o estado de Pernambuco.
Após receber voz de prisão e ordem de evasão, o cargo que hoje se assemelha ao de governador do Rio Rio Grande do Norte, passou a ser preenchido por Jerônimo de Albuquerque Maranhão.
A fazenda lagoa do Fumo, na comunidade de Laranjeiras dos Cosmes o aristocrata Miguel Ribeiro Dantas, Barão de Mipibu, que nasceu em 9 de maio de 1799 e faleceu em 14 de junho de 1881, possuía grandes propriedades, das quais dentre elas destacava-se a Lagoa do Fumo, sede de seus negócios. Residia na Casa Grande daquela fazenda, onde administrava todo o seu vasto e incalculável patrimônio distribuído por todo o município mipibuense.
Miguel Ribeiro Dantas pertenceu ao Partido Conservador da época, tornando-se vereador por algumas vezes. Foi também Juiz Ordinário, e, em 18 de março de 1877, por decreto imperial, recebeu o título nobiliárquico de Barão de Mipibu. Cultivou a cana-de-açúcar para a produção de açúcar mascavo e derivados, gerando sua considerável fortuna. Realizou, também, inúmeras benfeitorias para a sua cidade São José de Mipibu. Mandou construir e doou à cidade o prédio onde funcionou a Casa de Instrução.
Logo após a sua morte, em homenagem póstuma, o prédio passou a se chamar Grupo de Ensino Barão de Mipibu, atualmente Escola Estadual Barão de Mipibu. Miguel Ribeiro Dantas faleceu em 14 de junho de 1881, seus restos mortais estão sepultados no cemitério local.
Outro destino cultural de São José de Mipibu é a fazenda Olho D’água, berço da família do patriarca português, o capitão Miguel Antonio Ribeiro Dantas. Em 1733 o português Miguel Ribeiro Dantas, por meio de uma sesmaria requereu junto ao estado de Pernambuco uma gleba de terra na então Vila de São José do Rio Grande, hoje São José de Mipibu, onde está inserida a fazenda Olho D’água. No ano de 1774 Miguel Ribeiro iniciou a construção da casa sede da fazenda, que no ano de 1861 recebeu sua primeira reforma. Após o falecimento do patriarca Miguel Antonio Ribeiro Dantas a propriedade foi herdada por Joaquim Silvino Ribeiro Dantas, passando posteriormente para João Berckmans Dantas.
A família Ribeiro Dantas, que tem 246 anos de história em São José de Mipibu, ao longo desse tempo tem representado a sua terra, a sua gente, com figuras que desde muito tempo orgulham seus conterrâneos, destacando São José de Mipibu no cenário econômico com a geração de emprego e renda, e no campo político, com a presença de nomes que se destacaram e se destacam dentro e fora dos limites municipais, a exemplo do ministro da Guerra Jair Ribeiro Dantas, dos desembargadores Celso de Araújo Sales e João Dantas Sales, o ex – vice-governador do Rio Grande do Norte Fábio Dantas, o ex- suplente de deputado federal Alexandre Dantas e o ex- deputado estadual, secretário de Estado e atual prefeito de São José de Mipibu, Arlindo Duarte Dantas, além do ex- deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Heider Dantas, e, principalmente, no aspecto religioso com nomes que se destacaram desde a Diocese potiguar até o Vaticano, em Roma, a exemplo dos irmãos Dom Eugênio de Araújo Sales e Dom Heitor de Araújo Sales.
No campo da geração de emprego e renda o capitão Miguel Antonio Ribeiro Dantas, que detinha inúmeras propriedades rurais em São José de Mipibu e região, promoveu a pecuária e a agricultura de subsistência, e posteriormente com a presença de João Berckmans Dantas – pai do prefeito Arlindo Dantas – o engenho da fazenda passou a produzir a aguardente Olho D’água para o Nordeste brasileiro, contribuindo para a geração e manutenção de centenas de empregos diretos e indiretos na região.
Outro importante destino cultural é a Igreja Matriz de Sant’Ana e São Joaquim, que neste ano completou 257 anos. Terra de vocações, São José de Mipibu deu à Igreja cristã: Dom Caníndé Palhano, Padre Rogério, Padre Neto, Padre Carlos, Padre Chico, Padre Inácio Araújo e o diácono Alberto.
Templo com riquezas culturais, a Matriz de Sant’Ana e São Joaquim, com estilo barroco e imagens centenárias se apresenta atualmente como sendo o mais importante cartão de visitas da cidade.
São José de Mipibu é um município no estado do Rio Grande do Norte, distante 30 km de Natal. Mipibu é uma palavra de origem Tupi que significa surgir subitamente. Em 1630 existia um aldeamento no território, cujo nome era Mopebu, o maior, mais populoso e o principal entre as seis aldeias da Capitania do Rio Grande do Norte.
Os primeiros habitantes da região foram índios Tupis, que se localizaram nas proximidades do rio Mipibu, que recebeu esse nome por surgir de repente na famosa Fonte da Bica e percorrer por quatro quilômetros, até desaguar no rio Trairi. Esse legado cultural torna mais rico e autêntico o trabalho desenvolvido pelos artesãos mipibuenses.
Com tristeza , vejo em todo esse verdadeiro histórico de São José de Mupibu, a falta de mencionar, o bispo D. Manuel Tavares e também o senhor Áureo Tavares de Araújo, que foi um administrador ( prefeito por duas vezes)dessa cidade, a quem se deve a construção do prédio da prefeitura municipal , do mercado da cidade, da Praca do Coreto, do Matadouro , da cadeia pública, dentre outros.