“PARECE BRIGA DE BÊBADO”, DIZ LÍDER DO PSL SOBRE TENSÃO ENTRE CARLOS BOLSONARO E MOURÃO

Foto: Getty Imagens/Montagem

Com o clima de enfrentamento acirrado nas redes sociais entre os filhos do presidente Jair Bolsonaro – em especial o número 02, Carlos -, e o vice-presidente, general Hamilton Mourão, parlamentares do PSL, partido do presidente, tentam, publicamente, acalmar os ânimos.

Na quarta-feira, líderes do partido consultados pelo HuffPost Brasil assumiram haver um desgaste causado pela troca de farpas, mas também abusaram de metáforas para tentar minimizar os ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) ao general da reserva.

“Me parece aquela briga de bêbado de madrugada. Tem que pegar um e levar para casa. Você sabe que não vai dar em nada. É só prejuízo”, afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP).

“Filho do Bolsonaro não vai deixar de ser filho, nem o Mourão vai deixar de ser vice-presidente”, completou.
líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), por sua vez, comparou a crise a relacionamentos românticos, a exemplo do que geralmente faz o próprio presidente Bolsonaro. “Se até namorado briga, imagina o filho do presidente… é uma porção de briga de poder. Um quer mandar. O outro quer mandar”, disse.

Na avaliação de Major Olímpio, contudo, há um equívoco de interpretação por parte dos filhos sobre as ações do vice-presidente.
“Não vejo nenhuma manifestação dele [Mourão] ou atitude de afrontamento à conduta do presidente, de conspiração política, num fac-símile do que teria feito [Michel] Temer, de ter articulado assumir a Presidência da República. São situações completamente diversas”, disse o líder do PSL no Senado.

O apoio ao general é reforçado pelo Delegado Waldir. “[Mourão] Foi eleito com 57 milhões de votos. Tem o nosso apoio”, disse à reportagem. E para amenizar as divergência públicas, o líder na Câmara afirmou que “nem todo mundo é corintiano. Tem palmeirense, são-paulino, santista.”

Após meses de embates entre a ala militar e os seguidores do escritor Olavo de Carvalho, grupo que inclui a família do presidente, Bolsonaro declarou, na última terça-feira (23), querer um “ponto final” na briga entre Carlos e Mourão, em nota lida pelo porta-voz Otávio do Rêgo Barros.

Na declaração, Bolsonaro afagou o filho, dizendo que ele “sempre estará ao seu lado” e que é “sangue do seu sangue”, mas também afirmou que o vice é “subcomandante” do governo.

Major Olímpio defende que, apesar de tudo, o clima acirrado não contaminou o Congresso e nem os esforços de aprovação da reforma da Previdência. Segundo Olímpio, o presidente é “quem mais sofre num episódio desse”. “O resultado sentimentalmente é doloroso para o presidente da República”, disse, sugerindo que Carlos não tem o aval do pai para os ataques públicos.

Apesar de torcerem pela paz, parlamentares não se arriscam em prever os próximos capítulos da briga. Olímpio aposta que uma postura mais discreta de Mourão pode ajudar a apaziguar o clima. Nesta quarta, o vice disse que virou a página. “Quando um não quer, dois não brigam, tá bom. Então, [sobre] esse assunto, vira a página”, disse a jornalistas.

Fonte: Huffpost Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Topo