12 MILITARES VIRAM RÉUS NO CASO DE CARRO ALVEJADO POR 80 TIROS

Carro de família foi alvejado por militares em Guadalupe, Zona Norte do Rio — Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo.

A juíza federal substituta da Justiça Militar Mariana Queiroz Aquino aceitou, neste sábado (11), a denúncia do Ministério Público Militar e os 12 militares do Exército viraram réus no caso do carro atingido por dezenas de tiros em Guadalupe. Na ação, um músico e um catador foram mortos.

Os militares vão responder por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificada e omissão de socorro.

Na sexta-feira (10), o Ministério Público Militar denunciou os doze homens pelas mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, no dia 7 de abril. Os dois foram baleados pelos militares, que alegam terem confundido o carro com o de assaltantes.

O documento do MP Militar cita laudos que apontam terem sido disparados 257 tiros de fuzil e de pistola. O carro em que estava o músico, que morreu na hora, foi atingido por 62 disparos. O sogro dele, Sérgio Gonçalves de Araújo, ficou ferido na ação.

A mulher de Evaldo, o filho do casal e uma amiga deles também estavam no veículo e não se feriram.

O catador Luciano Macedo foi baleado quando tentava ajudar Evaldo Santos, que teve o carro atingido pelos tiros quando seguia com a família para um chá de bebê. Ele estava internado desde o dia do crime e morreu no hospital no dia 18 de abril.

Militares denunciados:

Italo da Silva Nunes

Fabio Henrique Souza

Paulo Henrique Araújo

Leonardo Oliveira de Souza

Wilian Patrick Pinto

Gabriel Christian Honorato

Matheus Sant’Anna Claudino

Marlon Conceição da Silva

João Lucas da Costa

Gabriel da Silva de Barros

Vitor Borges de Oliveira

Leonardo Delfino Costa

Prisão

Dos 12 denunciados, nove estão presos desde o dia 7 de abril, quando aconteceu o crime. Eles aguardam a investigação detidos em uma unidade militar. A defesa dos militares entrou com um pedido de liminar no Superior Tribunal Militar (STM) para acompanharem em liberdade a investigação.

Os outros três militares, que não estão presos, estavam aguardando a decisão da Justiça sobre a denúncia em liberdade. Destes três militares, dois dirigiam as duas viaturas militares que estavam no local onde Evaldo Rosa morreu.

De acordo com depoimentos dos militares, os dois motoristas não atiraram. Também não atirou o soldado Leonardo Delfino, segundo depoimentos prestados na Justiça.

Um parecer do subprocurador do Ministério Público Militar Carlos Frederico sugeriu que os militares aguardassem, em liberdade, o desenrolar do processo. O relator do caso, o general do Exército Lúcio Mário de Barros Góes, a prisão dos envolvidos não pode ser utilizada de forma a antecipar eventual pena aplicada aos militares, sob pena de se ferir o princípio da presunção de inocência.

Por: G1.

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