APÓS PRISÃO DE HACKERS, BOLSONARO DIZ QUE ‘BRASIL NÃO É MAIS TERRA SEM LEI’

© Fornecido por Oath Inc. Presidente pediu punição ao grupo hacker preso na Operação Spoofing.

O Ministério da Justiça informou, em nota divulgada nesta quinta-feira (25), que celulares do presidente Jair Bolsonaro também foram hackeados pelo grupo preso na última terça-feira (23) pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing.

Na nota, o ministério afirma que “por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República”. No Twitter, Bolsonaro confirmou que foi informado, criticou o ataque e enalteceu o trabalho da polícia.

“Um atentado grave contra o Brasil e suas instituições. Que sejam duramente punidos! O Brasil não é mais terra sem lei.”

Não há, porém, informações se dados do presidente contidos nos aparelhos foram acessados pelos suspeitos presos: Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira

Os quatro foram presos após mandado expedido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, cujo sigilo foi derrubado na quarta (24). No documento, além de mandar prender e fazer buscas e apreensões contra os quatro suspeitos, o juiz acatou também pedidos de quebra de sigilos bancário e telemático (de metadados) solicitados pela PF.

Apontou ainda movimentações financeiras que ultrapassam R$ 600 mil, valor incompatível com a renda do casal Gustavo e Suelen, e disse que pode indicar recebimento de dinheiro de um patrocinador para realizar ataques cibernéticos.

Na decisão, o juiz Vallisney afirmou também que há “fortes indícios” de que os quatro investigados “integram organização criminosa para a prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de diversas autoridades brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”.

Em entrevista coletiva, a PF informou que mais de mil números telefônicos podem ter sido alcançados pela ação dos quatro suspeitos presos.

“Algumas constatações que já foram possíveis em relação ao que nós vínhamos analisando previamente estão, aparentemente, se confirmando neste momento ―ainda não é nada muito certo― mas nós estamos estimando… Aproximadamente mil números telefônicos diferentes foram alvos deste mesmo modus operandi por essa quadrilha”, disse o delegado da Polícia Federal João Vianey Xavier Filho.

Os investigadores afirmaram ainda haver “fortes indícios” de que o celular do ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha sido alvo do mesmo grupo.

De acordo com o perito da PF Luiz Spricigo Júnior, os agentes encontraram no celular de um dos suspeitos presos um atalho com o nome de Guedes que indica que os suspeitos foram responsáveis pelo ciberataque contra o titular da Economia.

“Ontem pela manhã foi amplamente divulgado que o ministro Paulo Guedes havia sido hackeado e numa busca e apreensão, no celular do indivíduo estava uma conta no aplicativo de mensagens vinculado com o nome Paulo Guedes. A gente tem que confirmar isso de forma pericial, mas é um forte indicativo de que a conta seja realmente a do ministro”, disse Spricigo.

Moro x The Intercept

Alvo do grupo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comemorou em sua rede social a prisão dos quatro suspeitos de invadir seu celular e associou o grupo ao site The Intercept Brasil, responsável por divulgar as mensagens.

Essa conexão, no entanto, não foi citada na decisão do juiz que autorizou as prisões dos suspeitos.

Os responsáveis pelo The Intercept Brasil disseram, por sua vez, que não fazem comentários sobre as suas fontes.

Um dos suspeitos presos, Walter Delgatti Neto era filiado ao DEM e teve sua expulsão determinada na manhã desta quinta-feira (25) pelo presidente do partido, Antonio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador.

Em nota, ACM Neto disse que o ex-filiado descumpriu “deveres éticos previstos estatutariamente” e enfatizou que Delgatti “não tem participação ativa na vida partidária da legenda”. “É importante ressaltar que o Democratas não pode se responsabilizar pelas atitudes dos milhares de filiados ao partido e que condenamos, de maneira veemente e dura, o cometimento de qualquer ato de irregularidade por quem quer que seja – filiado ao DEM ou outras legendas.”

Do Huffpost Brasil

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