DIPLOMATAS TEMEM IMPROVISOS DE BOLSONARO NA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS

Foto: Valter Capanato

O dia 24 de setembro é esperado com certa ansiedade por parte da diplomacia brasileira. Como acontece todos os anos, tradicionalmente, o Brasil abre a reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas . A diferença é que, desta vez, quem falará é o presidente Jair Bolsonaro , que vem consolidando cada vez mais um estilo próprio, marcado pelo improviso , pela falta de limites em suas declarações e pela posição crítica a instituições multilaterais.

Em meio a uma crise protagonizada por Bolsonaro e o presidente da França , Emmanuel Macron , espera-se que o presidente informe aos demais líderes internacionais que providências seu governo tem tomado para combater as queimadas na Floresta Amazônica. A questão é que Bolsonaro não é afeito a ler discursos preparados por sua equipe em eventos. Prefere improvisar e costuma, inclusive, anunciar em meio às próprias falas quando resolve seguir o roteiro, em tom de brincadeira. Foi o que aconteceu na última reunião de presidentes do Mercosul, na cidade argentina de Santa Fé.

Gafe na Argentina

No discurso de abertura da reunião de cúpula, por exemplo, ele interrompeu sua fala ao ver que o presidente do Chile, Sebastián Piñera, havia chegado atrasado ao evento. Acabou cometendo uma gafe.

— Ei, Piñera, bem-vindo! Seu problema é com o Peru, não com o Brasil. Na Copa América, quero deixar bem claro — brincou.

Ocorre que, no século XIX, o Chile invadiu o Peru e ficou com parte do território peruano. E as cicatrizes ainda não foram totalmente fechadas.

Nos últimos dias, com a crise em torno dos incêndios florestais,Bolsonaro trocou acusações com Macron . Foi chamado de mentiroso pelo líder francês que, por sua vez, irritou-se com o comentário ofensivo à primeira-dama Brigitte Macron feito por Bolsonaro, em uma rede social.

Segundo fontes da área diplomática, Jair Bolsonaro receberá um discurso pronto, com a digital do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, deverão participar com os ajustes finais. Porém, não se sabe se este texto será lido parcial ou integralmente.

O discurso terá temas da atualidade, como meio ambiente, as reformas econômicas realizadas pelo governo brasileiro e a situação na Venezuela. O texto ainda está sendo elaborado, segundo informou outra fonte.

Com informações do O Globo.

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