PAPA CELEBRA MISSA PARA 1 MILHÃO DE PESSOAS EM MADAGASCAR

Milhares de malgaxes pobres de todo país se reuniram neste domingo (8), em Antananarivo, para assistir à grande missa do papa Francisco, que, em sua homilia, atacou “a cultura do privilégio e da exclusão”.

Fiéis cumprimentam a passagem do Papa Francisco por uma rua em Antananarivo – Foto: AFP

Apesar do cansaço da espera e vestidos com chapéus amarelos e brancos, eles cumprimentaram Francisco alegremente. O sumo pontífice chegou a bordo de um papa-móvel fabricado na ilha de Madagascar.

Na primeira fila, de frente para a arquibancada, estavam as personalidades bem vestidas, sentadas em cadeiras confortáveis sob toldos brancos. A homilia pareceu se dirigir a eles: os ricos de um país de 25 milhões de habitantes, onde nove em cada dez sobrevivem com menos de dois dólares por dia.

Não devemos “manipular o Evangelho”, mas “construir a história em fraternidade e solidariedade, no respeito gratuito da terra e de seus donos sobre qualquer forma de exploração”, afirmou o pontífice.

“Privilégio e exclusão” 

Francisco criticou “certas práticas que levam à cultura de privilégios e exclusão”.

Diante da multidão, para quem o consumo é um sonho inacessível, o papa enfatizou que a riqueza não nos permite necessariamente nos aproximarmos de Deus e denunciou a “corrida pela acumulação” que se torna “agoniante e avassaladora”, exacerbando “o egoísmo e uso de meios imorais”.

Atualmente, os católicos correspondem a quase 35% da população malgaxe. Em sua homilia, o Papa discursou contra a pobreza e afirmou que o sofrimento de quem é “privado de tudo” não faz parte “do plano de Deus”.

“Olhemos ao redor. Quantos homens e mulheres, jovens e crianças, sofrem e são totalmente privados de tudo. Isso não faz parte do plano de Deus”, declarou, acrescentando que o cristão não pode ser “indiferente ou fatalista”.

Além disso, Francisco criticou a “instrumentalização” da religião para “justificar atos de violência, segregação, homicídio, exílio, terrorismo e marginalização”. “A exigência do Mestre nos encoraja a não manipular o Evangelho com tristes reducionismos, mas sim a construir a história em fraternidade e solidariedade, no respeito à Terra e a seus presentes e contra qualquer forma de exploração”, disse. (ANSA)

Por Ansa e AFP

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