INVESTIGAÇÃO REVELA QUE PM PAGOU PAGOU BOLETO DE R$ 16,5 MIL EM NOME DA MULHER DE FLÁVIO, REFERENTE A PARCELA DE APARTAMENTO

Foto: Adriano Machado/Crosué

Para promotores, policial ajudou senador a lavar dinheiro de rachadinha; empresa de segurança de PM fez transferências para a conta da loja de chocolate do senador

No pedido de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro e a ex-assessores de seu gabinete na Alerj, ocorridas na quarta-feira, promotores do Ministério Público do Rio (MP-RJ) enumeram formas que o senador teria usado para lavar o dinheiro arrecadado com a prática de rachadinha. Uma delas teria a ajuda, segundo o MP-RJ, do sargento da Polícia Militar do Rio Diego Sodré de Castro Ambrósio, que chegou a pagar um boleto em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro, referente a parcela da compra de um imóvel.

A investigação do caso Queiroz identificou ao menos duas relações financeiras entre Ambrósio e Flávio Bolsonaro. Em 2014, o policial abriu a empresa de vigilância Santa Clara Serviços. Nos anos seguintes (2015 a 2018), foram identificados transferências bancárias e depósitos em cheque do próprio Ambrósio e da Santa Clara para a conta corrente da loja de chocolates de propriedade de Flávio Bolsonaro. Segundo a investigação, a contabilidade da loja era usada por Flávio para mascarar dinheiro devolvido por seus asssessores na Alerj. Os promotores também identificaram, em 2016, transferências do policial para dois assessores de Flávio.

A relação entre os dois também tem outro capítulo. Em 2016, quando Flávio e sua mulher compraram um apartamento em Laranjeiras, uma das parcelas, no valor de R$ 16,5 mil foram pagar pelo policial. O boleto bancário emitido estava em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro.  Naquele ano, o capital social da empresa e Ambrósio era de R$ 20 mil, assinalam os promotores.

A investigação também apontou inconsistências na contabilidade da loja de chocolates – uma disparidade entre os lucros obtidos por Flávio e por seu sócio, quando ambos detinham 50% das cotas da empresa – o que seria um novo indício de que a loja era usada para lavar dinheiro para o senador.

O advogado Frederick Wassef, que defende Flávio Bolsonaro, negou a existência de rachadinha no gabinete do senador. Ele falou à imprensa antes da publicações das notícias sobre o conteúdo do pedido de busca feito pelo MP, mas depois da operação desta quarta-feira.

“Não vão encontrar absolutamente nada nessa busca e apreensão. Ao contrário, virão novos elementos que demonstrarão de forma inequívoca e incontestável a inocência do senador Flavio Bolsonaro. Jamais existiu rachadinha. Jamais houve repasse de recursos para as contas de Flavio Bolsonaro ou de suas empresas. Seja pela pessoa da Fabrício Queiroz, seja por qualquer outra pessoa.”

O Globo

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