“ESQUERDISTAS SÃO ANTICRISTÃOS”, DIZ PADRE DURANTE MISSA; VÍDEO

Foto: Reprodução

O padre Pablo Henrique de Faria, de 43 anos, que é médico, declaradamente de direita e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse durante homilia numa Santa Missa da Paróquia São Paulo VI, em Iporá, cidade do oeste goiano, que movimentos de esquerda e esquerdistas são anticristãos.

A fala foi transmitida ao vivo, durante a celebração do dia 9/7. No momento, ele refletia sobre uma passagem da Bíblia que fala, metaforicamente, sobre os “lobos” que tentam destruir a igreja. Ele faz a relação dos “lobos” citados no texto como se fossem os adeptos de pensamentos de esquerda nos dias atuais.

“Nós estamos vivendo o momento mais dramático que eu já vi. Eu não poderia imaginar, há 10 anos, o que estamos vivendo hoje. É assustador. E que fique bem claro: movimentos esquerdistas são anticristãos. Se você é esquerdista, desses partidos, converta-te. Não é cristão, caramba! Não misture”, disse ele.

Em seu perfil pessoal no Instagram, Pablo acumula postagens de cunho conservador, que abordam temas como o aborto, defesa do voto impresso, a identidade de gênero, a transexualidade e outros. Na fala dita durante a missa do dia 9/7, inclusive, ele cita uma suposta defesa que estaria sendo feita para o uso de linguagem neutra nas escolas. “Linguagem neutra é aquela estupidez: ‘todes’”, afirma o padre.

Para ele, os jovens de hoje estariam sendo utilizados como massa de manobra para defender temas e posições anticristãs. “Eles (os esquerdistas) agem o tempo inteiro para a imoralidade, para destruir a família, os valores cristãos. Os coitados dos homossexuais, usados de massas de manobra, criam todas essas manifestações contra a moral”, argumentou.

Pablo é padre há três anos, somente. Até então, ele exerceu a profissão de médico, mas diz ter se desencantado durante o processo de residência e especialização em Otorrinolaringologia. O processo de conversão ocorreu, após experiência na igreja em São Paulo e, em seguida, cinco anos de estudo em Roma, na Itália.

Natural de São Luís de Montes Belos, cidade que fica a 135 quilômetros de Goiânia, ele se diz de família de classe média, estruturada e que teve uma infância e adolescência tranquilas. O pai era funcionário do Banco do Brasil e a mãe vendia roupas.

“Meus pais são de classe média, puderam me dar tudo para que eu pudesse estudar. Eu nunca trabalhei na infância nem na adolescência, pagaram os melhores colégios. Eu morava no interior, depois fui fazer cursinho (em Goiânia)”, relata Pablo em um vídeo disponível no YouTube.

Ele cursou medicina na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e assume ter escolhido a residência em otorrinolaringologia para que pudesse ter uma vida tranquila e um ganho bom de dinheiro. No processo de estudo, no entanto, ele se esbarrou com hierarquias e rotinas de trabalho que o fizeram refletir sobre a continuidade na profissão.

“Trabalhava praticamente todos os dias até 21h, 22h. Tinha que acordar 4h, 4h30 para olhar vários pacientes. Existia uma hierarquia muito pesada. E o pior de tudo, para um filho de papaizinho que não era acostumado a sofrer muitas retaliações, era a hierarquia de alguém gritar, sempre chamar sua atenção por qualquer coisa”, conta ele no vídeo.

Metrópoles

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