ESTUDANTE DA UFRN DIZ QUE FOI ESPANCADO E AMEAÇADO DE MORTE DURANTE ATO PRÓ-VOTO IMPRESSO EM NATAL

Um estudante de Publicidade da UFRN foi espancado na tarde desta terça-feira (13) durante um protesto em uma passarela localizada na BR-101 na altura do bairro de Potilândia, na Zona Sul de Natal. O caso aconteceu por volta das 16h, quando Yuri Arley, de 24 anos, foi agredido por um grupo de cinco manifestantes que pedia a adoção do voto impresso nas eleições de 2022. Ninguém foi detido.

Ao PORTAL DA 98 FM, o estudante relatou que atravessava a passarela de Potilândia quando foi abordado pelos manifestantes que ocupavam o local com faixas pró-voto impresso. Yuri Arley disse que, enquanto passava pelo protesto, recebeu gritos e palavras de ordem para que acelerasse o passo e descesse logo da passarela. Em um determinado momento, os gritos evoluíram para um empurrão, o que motivou o início da confusão.

“Neste momento, meu sangue ferveu. Comecei a gritar com eles de volta. Quando eu comecei a gritar, eles começaram a desferir vários socos, a me chutar, inclusive um deles puxou um estilete para mim. Um dos que me imobilizou (sic) disse que eu estava assaltando e fez menção a retirar uma arma da bolsa. Disse que, se eu não descesse, ia atirar e me matar”, conta o jovem.

Yuri Arley acrescenta que, após o início das agressões, outras pessoas se somaram ao espancamento, acreditando que se tratava de um assaltante. O estudante disse que tentou escapar das agressões correndo em direção à saída da passarela e que foi perseguido por um dos manifestantes. “Um dos senhores começou a me seguir, o que ameaçou tirar a arma da mochila. Eu pensei que ia morrer levando um tiro nas costas. Tentei revidar e partir para cima dele e ver se não me matava”, afirma.

O estudante continua afirmando que, após esse momento, foi novamente imobilizado. “Quando disseram que eu estava tentando assaltar, começou a parar muita gente de carro e moto. Eles dizendo que eu estava tentando assaltar. Quando me imobilizaram, teve gente que chutou minha cara, pisou na minha cabeça, pegaram meu celular. Eu tentei desvencilhar para dizer que o celular era meu, tomei um chute na cara, fiquei tonto. Começaram a dizer para eu ficar calado e esperar a polícia”, lembra o estudante, afirmando que rasgaram também a bolsa dele.

Quando a polícia chegou, conta Yuri Arley, os manifestantes começaram a se evadir do local. O estudante diz que a polícia não conduziu ninguém para a delegacia sob a alegação de que não havia testemunhas do que aconteceu.

“Eu falei com o sargento responsável e ele disse que não podia fazer nada porque não tinha testemunha. A polícia disse que não podia fazer nada. Ajudou eles a retirar as faixas dele em segurança, sendo que eu estava espancado e machucado. A polícia chegou, foi omissa, rasgaram minha bolsa, apanhei de gente que eu não conhecia. Gente que não sabia o que estava acontecendo”, relata.

O jovem diz que se sentiu “impotente” diante da situação.

“A polícia ajudou eles a saíram com segurança. Atentaram contra a minha vida. Fiquei bastante machucado e p* pela situação. Só achava que eu ia morrer, sendo bem sincero, enquanto estava todo mundo me batendo. Jogaram no meio da pista (os objetos pessoais), minha carteira…”, finaliza.

A Polícia Militar informou ao PORTAL DA 98 FM que o estudante deve procurar a Corregedoria para relatar o que aconteceu. Com a denúncia formal, a corporação pode apurar as circunstâncias da ocorrência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Topo