MÉDICOS DE BOLSONARO DESCARTAM CIRURGIA DE EMERGÊNCIA APÓS PRIMEIROS EXAMES EM SÃO PAULO

Foto: Adriano Machado/Reuters – 12.07.2021

Médicos do Hospital Vila Nova Star informaram na noite desta quarta-feira que o presidente Jair Bolsonaro está sendo submetido a um “tratamento clínico conservador”. Na prática, isso significa que ele não será operado neste momento.

Especialistas no sistema digestivo costumam usar essa expressão para uma abordagem clínica em que o intestino do paciente é deixado em repouso com uma sonda naso-gástrica. Durante o repouso, ele receberá hidratação. Caso o tratamento não seja suficiente para resolver a obstrução intestinal, ele pode passar por uma cirurgia.

Bolsonaro chegou por volta das 19h30 ao Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo. Na madrugada desta quarta-feira, Bolsonaro deu entrada no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde foi constatada uma obstrução intestinal. Segundo boletim médico, é decorrente da facada que ele levou durante a campanha presidencial de 2018. Na ambulância, ele estava acompanhado pelo seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A transferência ocorreu após o cirurgião Antonio Luiz de Macedo, que operou o presidente em 2018 após a facada, ter constatado uma obstrução intestinal. Bolsonaro foi levado na madrugada desta quarta para o HFA, em Brasília, após ter sentido dores no abdômen. Há mais de dez dias ele vinha reclamando de soluços persitentes.

O agravamento do problema

5 de julho

Em conversa com apoiadores no Alvorada, Bolsonaro reclamou do soluço pela primeira vez. Ele disse que o problema poderia ser fruto de uma cirurgia dentária no dia 3 de julho.

7 de julho

Em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente voltou a se queixar do problema. “Estou com soluço há cinco dias. Fiz uma cirurgia para implante dentário no sábado. Talvez em função dos remédios que estou tomando, estou 24 horas por dia com soluço”.

8 de julho

Durante a transmissão ao vivo semanal, Bolsonaro pediu desculpas e afirmou que talvez não conseguisse se “expressar adequadamente” em função das crises.

12 de julho

Após reunião no Supremo Tribunal Federal, o presidente deu entrevista a jornalistas, e os soluços permaneciam.

13 de julho

Ao chegar no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou a apoiadores que estava sem voz e que continuava com crises de soluço.

14 de julho

Após sentir dores abdominais na madrugada, o presidente é internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para investigar a causa do soluço

Intubado por precaução

No Telegram, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que Bolsonaro está em São Paulo por “precaução” e em poucos dias voltará ao trabalho. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o senador disse que o presidente chegou a ser intubado e levado para a UTI, no hospital em Brasília, por precaução.

“Chegou a ser intubado, si, para evitar que ele broncoaspirasse o líquido que estava vindo do seu estômago. Isso já havia acontecido em cirutgias passadas, por precaução, nada de grave”, disse Flávio à rádio.

O filho mais velho do presidente disse ainda que conversou com o médico, que disse que a família poderia ficar calma e que não há nada mais grave acontecendo. Flávio disse que chegou a falar com o pai, mas que ele ainda estava se recuperava da sedação para o exame da endoscopia. O senador disse que o presidente deve ficar três dias de observação no hospital em São Paulo para ver se haverá necessidade de um procedimento cirúrgico.

— O que estou sabendo é uma pequena obstrução no intestino dele. Também foi preciso retirar uma pequena quantidade de líquido do estômago, talvez essa seria a razão de ele estar tossindo tanto e com tanto soluço. A informação médica que eu tenho é que está tudo sob controle,  o presidente está bem. É só uma precaução para ficar monitorando de mais perto — disse Flávio, em entrevista à imprensa.

O Globo

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