MINISTRO DA DEFESA NEGA TER AMEAÇADO ELEIÇÕES DE 2022 SE NÃO HOUVER VOTO IMPRESSO

Ministro nomeado da Defesa, Walter Braga Netto | Foto: José Dias/PR

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou nesta quinta-feira ter feito uma ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), condicionando a realização das eleições de 2022 à aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. Essa informação consta de reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, segundo a qual Braga Neto teria feito chegar o recado a Lira “por meio de um importante interlocutor político”.

O general também afirmou que a discussão e a decisão acerca do voto impresso cabem exclusivamente ao Congresso Nacional, onde uma PEC tramita.

 Para Braga Netto, a ameaça poderia gerar “instabilidade entre os Poderes da República”:

“O Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições nacionais, regulares e permanentes, comprometidas com a sociedade, com a estabilidade institucional do País e com a manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro”, diz a nota.

Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo publicada nesta quinta-feira, o ministro da Defesa teria feito uma ameaça de golpe e condicionou as eleições de 2022 ao voto impresso. De acordo com a matéria, Braga Netto enviou o recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, no dia 8 de julho, por meio de um interlocutor que não teve o nome revelado.

Na ocasião, o general estava acompanhado dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e pediu ao interlocutor para comunicar a quem interessasse que não haveria o pleito de 2022 sem a adoção do voto impresso.

Reação

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quinta-feira ter conversado com Braga Netto e com Lira e disse que ambos desmentiram, “enfaticamente”, qualquer episódio de ameaça às eleições.

“Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia”, escreveu Barroso em uma rede social.

O Globo

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