SERINGA QUEBRA EM BRAÇO DE HOMEM DURANTE APLICAÇÃO DE VACINA CONTRA COVID

Foto: José Leomar

Um evento adverso na aplicação da segunda dose contra a Covid-19 fez um homem de 40 anos formalizar uma queixa junto à Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS). Durante a administração da D2, a seringa se desconectou da agulha e esta ficou pendurada em seu braço, fazendo com que o conteúdo do imunizante escorresse sobre o membro. A Pasta, no entanto, esclareceu que em “extravasamentos de pequenos volumes (de 1 a 3 gotas) não se recomenda a revacinação”.

Segundo o técnico em mecânica Angelo Fernandes, o episódio foi registrado no dia 28 de julho, na UAPS Maciel de Brito, no Conjunto Ceará. Ele afirma que o problema na seringa aconteceu imediatamente após a penetração da injeção intramuscular, e gerou estranhamento tanto da profissional de saúde quanto dele.

“Assim que ela começou a aplicar, a seringa soltou da agulha, aí ela olhou para mim e falou assim: ‘eita’. Quando olhei, eu fiquei com agulha pendurada no meu braço e a seringa na mão dela. Depois, ela puxou a agulha e o líquido da vacina escorreu pelo meu braço”, conta.

Angelo questionou o “erro”, mas disse que a conduta foi minimizada pela própria aplicadora. “Ela me disse que era ‘normal’, ‘é só uma gota’ e que ‘acontece de vez em quando’, ainda falou assim”, relata o homem, que não apresentou uma tréplica e retornou para casa.

Investigação

Dois dias depois, no entanto, o técnico resolveu voltar à unidade de saúde e buscar novas explicações, seguindo a orientação de amigos. “Disseram que o líquido tinha que entrar todo”, justifica, sobre o motivo que o levou novamente ao posto.

Ao chegar na UAPS, a enfermeira responsável preencheu uma ficha de Notificação/Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação que também apura erros na imunização de pacientes. O documento, assinado pela profissional cuja identidade será preservada, descreve a falha na seringa.

“No momento da administração da vacina, a técnica de Enfermagem desconectou a seringa da agulha, escorrendo uma gota do imunobiológico no braço do cliente”.

O técnico, por sua vez, julga não ser possível mensurar o total desperdiçado. “Não foi só uma gota. Uma gota de 0,5 ml você visualmente não tem como confirmar a quantidade que caiu fora, porque a vacina escorreu no meu braço.

Até agora, quase 50 dias depois da D2, ele aguarda um retorno da Pasta, já que no primeiro contato com a Ouvidoria da SMS não teve êxito. “Pediram foi foto ou vídeo que comprovasse o erro para investigar o meu caso, mas nem todo mundo consegue fazer isso na hora”, considera.

Conduta

Em nota enviada ao Diário do Nordeste, a SMS ressaltou que segue as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Imunização (PNO), do Ministério da Saúde. O documento do Governo Federal não indica doses adicionais ou a revacinação após o derramamento de até três gotas do imunizante.

“O PNO considera que habitualmente os volumes de dose recomendados já contém um volume de antígeno considerando possíveis intercorrências”, cita a Pasta. A SMS ponderou ainda que Angelo Fernandes recebeu “todas as orientações ao no tocante à segurança de que o mesmo recebeu seu imunobiológico”.

Diário do Nordeste

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