CASO HENRY: NO ÚLTIMO DEPOIMENTO DA NOITE, BABÁ PEDE QUE MONIQUE SEJA RETIRADA DO PLENÁRIO

O plenário sem a presença de Monique  Foto 1: Paolla Serra /  Foto2: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Thayna de Oliveira Ferreira, babá de Henry Borel, de 4 anos, foi a sétima testemunha a prestar depoimento na primeira audiência de instrução do julgamento sobre a morte do menino, que tem como réus a mãe da criança, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padrasto, o ex-vereador Jairo Santos Santos Júnior, o Doutor Jairinho.

Antes de começar a depor, Thayna pediu que Monique deixasse o plenário do II Tribunal do Júri, no Fórum da capital, no Centro do Rio. A funcionária argumentou que, “depois de tudo que passou”, tem medo e se sente ameaçada pela ex-patroa. A juíza Elizabeth Louro Machado determinou, então, que a professora saísse da sala. Foi o último momento marcante da sessão, que foi encerrada pela magistrada pouco depois, por volta de meia-noite, após mais de 14 horas dedicadas ao depoimento de, ao todo, dez testemunhas.

— Eu me senti usada pela Monique durante todo esse tempo, no sentido de que ela tentou me mostrar um monstro do Jairinho, mas eu nunca vi nada dele. Ela me contou várias coisas dele, fez a caveira — declarou Thayna, enquanto era questionada pelo promotor Fábio Vieira.

Durante a oitiva, a defesa de Monique solicitou que fosse decretada a prisão em flagrante da babá pelo crime de falso testemunho. O promotor, porém, pediu que a acusação dos advogados fosse apurada pela 16ª DP (Barra da Tijuca), que já investiga Thayna por mudanças de versão e omissões em dois depoimentos prestados dentro do inquérito que solucionou a morte de Henry. A juíza concordou com a avaliação do Ministério Público e determinou que fossem extraídas peças do processo e remetidas à delegacia, sem a prisão em flagrante.

Antes desse debate acalorado, a babá relatou que foi direcionada a dizer que Monique, Jairinho e Henry tinham “uma família linda, de (comercial de) margarina”. Ainda de acordo com Thayna, em um encontro antes que ela prestasse o primeiro depoimento à polícia, foi abordada pela patroa no escritório do advogado André França Barreto, que a defendia na época. A professora teria, então, orientado sobre as respostas que ela deveria dar aos investigadores. A babá diz que, com medo, acabou seguindo as determinações.

Embora tenha afirmado que a pressão sofrida alterou o relato oferecido à polícia, Thayna ponderou, durante a audiência, que jamais presenciou ou teve conhecimento de qualquer violência de Jairinho contra Henry. Perguntado pelo promotor Fábio Vieira sobre a ocasião em que acionou Monique e contou em tempo real, pelo celular, que o menino estaria sendo agredido pelo padrasto, ela alegou não se recordar das mensagens.

Neste momento, o próprio Fábio Vieira informou que pediria uma apuração pelo crime de falso testemunho por parte da babá e completou que não tinha o interesse de fazer novos questionamentos.

Thayna começou a trabalhar para o casal por indicação da mãe, que é funcionária na casa do deputado estadual Coronel Jairo, pai de Jairinho. Ao todo, quatro pessoas da família da babá são ou já foram empregados do clã político.

O Globo

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