Foto: Divulgação/Instituto Butatan
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, nesta quinta-feira, 20, a aplicação da vacina contra a covid-19 Coronavac para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, com exceção dos imunocomprometidos. O pedido, feito do Instituto Butantan, abrangia crianças a partir de 3 anos, mas, segundo o órgão, faltam dados para uma autorização maior.
A decisão foi unânime dos cinco diretores da Anvisa. Este é o segundo pedido que o Instituto Butantan fez ao órgão para o uso emergencial da vacina em crianças e adolescentes. O primeiro, em agosto do ano passado, foi negado pela falta de dados dos estudos realizados com a população pediátrica.
Nesta nova análise, o Butantan enviou dados de fase 3 dos testes de eficiência e eficácia. Foram estas informações que faltaram no primeiro pedido. O estudo é feito com 14 mil crianças e adolescentes de 6 meses a 17 anos, em diversos países (China, África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas), e os dados preliminares foram encaminhados à Anvisa. Foi com base neste teste que o órgão tomou a decisão.
Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, faltam informações sobre os estudos com crianças entre 3 e 5 anos. “Nossa sugestão é que somente crianças de 6 a 17 anos sejam vacinadas, desde que não sejam imunocomprometidas. São os dados que temos maior informação e maior sugestão de desempenho. E isso é corroborado pelas sociedades médicas”, disse ele durante a reunião da Anvisa, na manhã desta quinta-feira.
Ainda de acordo com Mendes, existe a necessidade de acompanhar os estudos feitos globalmente com a Coronavac. Um dado preliminar mostra que após seis meses há uma queda nos anticorpos capazes de neutralizar o coronavírus. A mesma informação já foi observada com outras vacinas, sendo necessária a dose de reforço. Também há a necessidade de receber os dados finalizados dos estudos de fase três.
Em seu voto, Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, lembrou que a Coronavac é usada em mais de 110 países, sendo a mais aplicada globalmente, com cerca de 1 bilhão de pessoas imunizadas. “A vacina foi significativamente efetiva contra hospitalizações, internações em UTIs e óbitos na população pediátrica”, disse.
Exame