PREFEITURA DE SP CANCELA CARNAVAL DE RUA E MANTÉM DESFILES NO SAMBÓDROMO

Foto: Marcos Credie/06-03-2019 / Agência O Globo

A Prefeitura de São Paulo decidiu cancelar o Carnaval de rua deste ano em função do aumento de casos de Covid-19 e da epidemia de influenza na cidade. O desfile das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi está mantido para os dias 26, 26, 27 e 28 de fevereiro, mas deverá seguir protocolos sanitários rígidos, segundo a secretaria de Saúde.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) cogitou transferir o desfile de blocos para o autódromo de Interlagos, mas desistiu da ideia em função do cenário epidemiológico. Em entrevista coletiva mais cedo, Nunes disse que a decisão foi baseada na ciência e em respeito aos técnicos da saúde.

Além da capital paulista, cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis também cancelaram as festas.

Os eventos fechados relacionados à data festiva, como baladas e bailes, poderão ocorrer, mas os estabelecimentos deverão exigir comprovante de vacinação, segundo a secretaria.

Sobre o desfile das escolas de samba, o secretário Edson Aparecido citou como exemplo de modelo a Corrida de São Silvestre, em que corredores iniciaram a corrida de máscara e precisaram apresentar o passaporte da vacina. No entanto, Aparecido afirmou que há pontos sensíveis a serem superados, como os ensaios das escolas e a concentração antes de entrar no Sambódromo.

— A vigilância sanitária vai apontar as exigências imprescindíveis de serem atendidas — afirmou Aparecido, acrescentando que também discutirá os procedimentos com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP).

— Vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para estabelecer esses protocolos de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária. Nossa preocupação não é apenas com os desfiles, mas também com as aglomerações nos ensaios — disse Aparecido.

No documento elaborado pela prefeitura, são citados como motivos de preocupação o aumento da transmissibilidade da Covid-19 e a mudança na apresentação clínica da doença, causados pela variante Ômicron, predominante nos casos de São Paulo.

A decisão da prefeitura foi tomada após reunião com representantes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Saúde, que apresentaram um estudo sobre o comportamento da Covid-19 na cidade nos últimos meses.

Por meio de nota, a Liga das Escolas de Samba afirmou que tem “completa disposição em acatar toda e qualquer recomendação das autoridades de saúde para um Carnaval SP 2022 seguro”. Uma reunião entre agremiações e prefeitura deve ocorrer na semana que vem.

“Para que os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo aconteçam de forma grandiosa, como tem sido nos últimos anos, nosso principal recurso é humano. A prioridade da Liga-SP sempre foi e continuará sendo preservar vidas e garantir um ambiente seguro para os profissionais do Carnaval e para os sambistas, seja na pista de desfile ou nas arquibancadas do Anhembi”, disse a entidade, por nota.

Na quarta-feira, grupos que representam cerca de 250 blocos no carnaval de rua da capital já haviam dito que não iriam sair nas ruas e que não aceitariam participar de eventos fechados no Autódromo de Interlagos.

“Todos concordamos que o Carnaval não deixará de ser comemorado, inclusive por Blocos que assim desejarem, mas esperamos que cada grupo ou cidadão que queira celebrar a vida, o faça pensando na melhor forma de preservar a vida”, afirmaram os grupos de blocos numa carta intitulada “Te Amo São Paulo, mas não vou fazer seu Carnaval…”

O Globo

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