Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern Foto: Mark Mitchell/AFP
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, cancelou seu casamento no momento em que o governo impõe novas restrições para retardar a propagação comunitária da variante Ômicron da Covid-19. O anúncio foi feito pela própria premier neste domingo.
O país vai estabelecer medidas obrigatórias ao uso de máscara e decidiu limitar os encontros a partir da meia-noite deste domingo, depois que nove casos de infecção pela nova cepa foram registrados, após um casamento, como contaminação comunitária nas ilhas do Norte e do Sul.
Uma família voltou de avião a Nelson, na ilha Sul da Nova Zelândia, após participar de um um casamento e outros eventos em Auckland, na ilha Norte. A família e um comissário de bordo realizaram testes que comprovaram a infecção.
A Nova Zelândia vai passar para o nível vermelho em sua estrutura de proteção contra a Covid-19, com mais uso de máscaras pela população. Os ambientes internos, como bares e restaurantes, e eventos como casamentos terão o limite máximo de 100 pessoas. O limite é reduzido para 25 pessoas se os locais não estiverem cobrando passes de vacinação, disse Ardern.
— A cerimônia do meu casamento não vai se realizar — disse ela aos repórteres, acrescentando que lamentava que alguém estivesse em situação parecida.
Ardern não havia revelado a data de seu casamento, mas rumores circulavam de que a celebração estava próxima.
Perguntada por repórteres como ela se sentiu sobre o cancelamento do casamento com o parceiro de longa data e apresentador de um programa sobre pesca, Clarke Gayford, Ardern respondeu que “a vida é assim”.
— Não sou diferente, quero deixar claro, de milhares de outros neozelandeses que tiveram impactos muito mais devastadores sentidos por causa da pandemia, sendo o pior deles a incapacidade de estar com um ente querido, às vezes quando este está gravemente doente. Isso supera, de longe, qualquer tristeza que eu sinta — acrescentou.
As fronteiras da Nova Zelândia estão fechadas para os estrangeiros desde março de 2020. O governo adiou os planos para o início de uma reabertura em fases de meados de janeiro até o final de fevereiro por preocupação com um possível surto da Ômicron, como na vizinha Austrália.
As pessoas com permissão para viajar à Nova Zelândia, sob raras exceções, devem se inscrever para permanecer em instalações de quarentena administradas pelo Estado. Na semana passada, o governo parou de emitir quaisquer novas vagas em meio a um aumento do número de pessoas que chegam com a Ômicron.
Cerca de 94% da população da Nova Zelândia com mais de 12 anos estão totalmente vacinados, e cerca de 56% das pessoas elegíveis já receberam doses de reforço.
Agência O Globo