PT NÃO DEVE PEDIR CPI PARA APURAR ATUAÇÃO DE MORO EM CONSULTORIA, DIZ GLEISI HOFFMANN

Foto: Marcelo Camargo

O PT não deve pedir a instauração de CPI para apurar possível caso de corrupção nos trabalhos prestados pelo ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sergio Moro à consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, sinalizou hoje a presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

“Não vejo necessidade de CPI para a gente chegar a essas informações”, destacou a congressista em entrevista ao UOL News.

Em 8 anos, a receita no setor de falências da companhia foi de mais de R$ 83 milhões. Desse valor, segundo apurou o UOL, 78% vieram de empresas que quebraram por causa da mesma operação que catapultou Moro à vida pública enquanto ele era juiz em Curitiba. O (TCU) Tribunal de Contas da União investiga o caso.

A deputada afirma que a sigla deve deliberar sobre o assunto nos próximos dias.

“Estamos fazendo estudos jurídicos. Como esses processos envolvem falências de empresas, precisamos saber se juridicamente a gente poderia instaurar CPI sobre isso”, disse Gleisi. “Esperamos que o TCU compartilhe conosco os documentos sobre o caso.”

A declaração da petista vem um dia após o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmar que recolherá assinaturas para que a Câmara dos Deputados instale uma CPI com o objetivo de investigar suposto “conflito de interesses” na atuação de Moro junto à empresa.

A administradora judicial não revela quanto pagou a Moro pelos serviços, devido a compromisso de confidencialidade firmado entre as partes. Para Gleisi, o sigilo é sintomático de uma “relação nebulosa” que, na avaliação dela, o ex-juiz construiu com a empresa.

“Fico espantada que ele não venha a público dizer quanto ganhou. Ele sempre pregou transparência. Quebrou o sigilo do ex-presidente Lula e de tanta gente para supostamente dar transparência… É engraçado que ele não queira falar sobre isso”, disse a deputada.

Moro prestou serviços à área de “disputas e investigações” da empresa por cerca de um ano até outubro de 2021. O ex-juiz deixou a empresa para se tornar pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos.

Ao UOL, a Alvarez & Marsal afirmou que Sergio Moro foi contratado para compor uma unidade da empresa que não teve resultado incrementado por conta de projetos de reestruturação.

“A Alvarez & Marsal prestou todos os esclarecimentos solicitados pelo TCU de forma tempestiva e colaborativa, sendo que o parecer técnico do TCU demonstrou não haver nenhum tipo de conflito”, afirmou a companhia.

UOL

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