TRAGÉDIA EM PETRÓPOLIS: TROCA DE CORPOS FAZ FAMÍLIA LEVAR OUTRA CRIANÇA PARA ENTERRO: ‘É UMA DOR DOBRADA’, DIZ TIO

Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Uma troca dos corpos de duas crianças causou revolta na família da pequena Helena Leite de Carvalho, de 1 ano e 11 meses. Segundo parentes da criança, peritos da Polícia Civil liberaram a menor, uma das vítimas do temporal de terça-feira, para outra família. O tio disse que a mãe da menina fez o reconhecimento do corpo nesta quinta-feira.

No entanto, a caminho do enterro, a família notou que dentro do caixão havia outra bebê. A troca foi descoberta já no cemitério municipal. O carro da funerária precisou buscar o corpo e levá-lo de volta ao IML, para a troca. No entanto, a Polícia Civil alega que “a troca dos corpos foi erro de reconhecimento da família” da outra criança.

De acordo com a corporação, a mãe de Helena Leite de Carvalho, de 1 ano e 11 meses, identificou o corpo da filha nesta quinta-feira. No entanto, o pai de Elena Santos Pimenta, de 2 anos, também reconheceu o corpo de Helena Carvalho como sendo o de sua filha. Por causa do engano, a funerária levou o corpo de Elena Pimenta para o Cemitério municipal de Petrópolis como se fosse o de Helena Carvalho. Os parentes de Helena descobriram o erro no cemitério. O corpo de Elena voltou para o IML e aguarda a correção da documentação para ser liberado.

Os parentes da criança voltaram revoltados ao IML após descobrirem o erro. No local, houve um tumulto envolvendo os parentes até a liberação do corpo certo da criança.

— A criança está aqui. Isso é uma falta de respeito. É uma dor dobrada — conta o bombeiro hidráulico José Lucas Paulino, de 28 anos, tio de Helena. — Eram duas Helenas, eles nos entregaram o outro corpo.

Helena Leite de Carvalho era afilhada da adolescente Maria Eduarda Carminate de Carvalho, de 17 anos, filha da vendedora Gizelia de Oliveira Carminate, que passou a primeira noite cavando com enxada à procura da filha.

— Recebemos esse documento agora dizendo que é ela. O corpo chegou e vamos voltar. Só queremos descansar. É muito sofrimento. Perdemos muita gente. Muita gente ainda precisa de ajuda — conta, bastante abalado, Guilherme Felicíssimo, de 28 anos, padrinho de Helena.

Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, a mãe de Helena, Giselli Carvalho, estava no IML tentando fazer o reconhecimento do corpo da mãe, que também morreu.

— Morreram a minha mãe, a minha filha de um ano e a minha afilhada. Liberaram o corpinho da minha pequena. Ela está no cemitério para ser velada e eu estou aqui, com o coração partido, porque tenho que liberar o corpo da minha mãe. Quero enterrá-las juntas — disse a mulher, aos prantos, ainda sem saber da troca de corpos que viria a acontecer.

O Globo

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