O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) – Fotos:
Depois do fim da janela partidária, que resultou em mudanças na correlação de forças no Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparam para dar novos passos na pré-campanha ao Planalto
Faltando pouco menos de seis meses para a eleição, ambos mobilizam seus times, acirram o duelo por aliados nos estados e tentam cristalizar o cenário de polarização que se desenha para a eleição presidencial de outubro.
Os movimentos de Lula e Bolsonaro acontecem no momento em que os demais pré-candidatos ao Planalto dão suas últimas cartadas para consolidar uma terceira candidatura competitiva.
Do outro lado, Lula deve ir para as urnas ancorado por uma aliança entre PT, PSB, PC do B, PV, Solidariedade, PSOL e Rede. Estas legendas saíram da janela partidária com 109 deputados federais e 8 senadores. Há dois anos, elegeram juntas 620 prefeitos.
A correlação política, contudo, não é determinada por forças estanques: há políticos bolsonaristas em legendas aliadas ao PT, lulistas em siglas que dão apoio a Bolsonaro e, sobretudo, uma miríade de potenciais aliados espalhados por partidos aos quais nenhum dos dois estará coligado.
É sobre este terceiro grupo que Lula e Bolsonaro devem se debruçar ao longo dos próximos meses, costurando apoios no varejo para fortalecer os seus respectivos palanques durante a campanha presidencial.
Depois de lançar sua pré-candidatura à reeleição em 27 de março, Bolsonaro mobilizou a sua tropa na janela partidária e chegará à eleição com uma base parlamentar mais forte no Congresso e nas Assembleias Legislativas.
O presidente terá candidatos a governador do seu arco de alianças em nove dos dez maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, estado que concentra 32 milhões de eleitores, Bolsonaro apadrinhou o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O ex-presidente Lula, por sua vez, deve ir para a eleição com o apoio de PT, PSB, PCdoB, PSOL e Solidariedade, arco de alianças mais robusto que o de Fernando Haddad (PT) em 2018.
Mesmo ainda formalmente restrito a partidos do campo da esquerda, conseguiu avançar para a centro-direita ao definir o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice.
Também intensificou conversas com partidos fora de seu arco de alianças. Nesta segunda-feira (11), o petista reuniu-se em Brasília com grupo de senadores do MDB, PSD e PDT.
Mesmo com a pré-candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto, o MDB já definiu apoio a Lula nos nove estados do Nordeste —o último estado da região a aderir foi a Bahia, que há duas semanas migrou para a base petista no estado.
Folhapress