BOLSONARO E LULA DUELAM POR NOVOS ALIADOS E BUSCAM CRISTALIZAR POLARIZAÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) – Fotos: Anderson Riedel – 2.jun.2021/PR e Bruno Santos – 21.jul.2017/ Folhapress

Depois do fim da janela partidária, que resultou em mudanças na correlação de forças no Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparam para dar novos passos na pré-campanha ao Planalto

Faltando pouco menos de seis meses para a eleição, ambos mobilizam seus times, acirram o duelo por aliados nos estados e tentam cristalizar o cenário de polarização que se desenha para a eleição presidencial de outubro.

Os movimentos de Lula e Bolsonaro acontecem no momento em que os demais pré-candidatos ao Planalto dão suas últimas cartadas para consolidar uma terceira candidatura competitiva.

Bolsonaro trouxe para o seu entorno cinco legendas do chamado centrão: PL, PP, Republicanos, PTB e PSC. Juntos, esses partidos têm 188 deputados federais, 19 senadores e elegeram 1.502 prefeitos nas eleições de 2020.

Do outro lado, Lula deve ir para as urnas ancorado por uma aliança entre PT, PSB, PC do B, PV, Solidariedade, PSOL e Rede. Estas legendas saíram da janela partidária com 109 deputados federais e 8 senadores. Há dois anos, elegeram juntas 620 prefeitos.

A correlação política, contudo, não é determinada por forças estanques: há políticos bolsonaristas em legendas aliadas ao PT, lulistas em siglas que dão apoio a Bolsonaro e, sobretudo, uma miríade de potenciais aliados espalhados por partidos aos quais nenhum dos dois estará coligado.

É sobre este terceiro grupo que Lula e Bolsonaro devem se debruçar ao longo dos próximos meses, costurando apoios no varejo para fortalecer os seus respectivos palanques durante a campanha presidencial.

Depois de lançar sua pré-candidatura à reeleição em 27 de março, Bolsonaro mobilizou a sua tropa na janela partidária e chegará à eleição com uma base parlamentar mais forte no Congresso e nas Assembleias Legislativas.

O presidente terá candidatos a governador do seu arco de alianças em nove dos dez maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, estado que concentra 32 milhões de eleitores, Bolsonaro apadrinhou o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O ex-presidente Lula, por sua vez, deve ir para a eleição com o apoio de PT, PSB, PCdoB, PSOL e Solidariedade, arco de alianças mais robusto que o de Fernando Haddad (PT) em 2018.

Mesmo ainda formalmente restrito a partidos do campo da esquerda, conseguiu avançar para a centro-direita ao definir o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice.

Também intensificou conversas com partidos fora de seu arco de alianças. Nesta segunda-feira (11), o petista reuniu-se em Brasília com grupo de senadores do MDB, PSD e PDT.

Mesmo com a pré-candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto, o MDB já definiu apoio a Lula nos nove estados do Nordeste —o último estado da região a aderir foi a Bahia, que há duas semanas migrou para a base petista no estado.

Folhapress

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