COM O HIT ‘DESENROLA, BATE, JOGA DE LADIN’, OS HAWAIANOS RETOMAM CARREIRA APÓS DEZ ANOS

Da esquerda para a direita: Gugu, Yuri, Tonzão e Dioguinho, do grupo Os Hawaianos – Foto: Divulgação

Quero ver ler a próxima frase fazendo o passinho: “Desenrola, bate, joga de ladin”. O verso, que dá título ao hit do grupo Os Hawaianos com o cantor L7nnon (e participações de DJ Bel da CDD e Biel do Furduncinho), virou febre entre famosos e anônimos. No YouTube, o clipe lançado há um mês já tem mais de 28 milhões de visualizações. No TikTok, são mais de 41 milhões de plays em vídeos com a música como trilha sonora.

— Estamos voltando em grande estilo. A cena está propícia para nós. Sabíamos que seria questão de tempo para estourarmos! Só tenho a agradecer a Neymar e outros jogadores que começaram ouvindo a música (e dançaram ao comemorar gols). E agora está todo mundo fazendo a coreografia. E quando vi Zeca Pagodinho… Eu sou muito fã. Nunca o vi dançando nada, e ele fez o nosso funk com a netinha? Que sonho — vibra Tonzão, de 34 anos, um dos vocalistas dos Hawaianos.

O cantor fala em volta em grande estilo porque o grupo vivia um hiato, com a formação original (ele, Gugu, Yuri e Dioguinho), desde 2011. Crias da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, eles se separaram após o auge com funks coreografados e ritmados, como a “Sequência do pente” (aquele dos versos repetitivos: “É o pente, é o pente, é o pente”) e o “Vem quicando” (complementada com “no bonde d’Os Hawaianos”).

— Quando nos separamos, foi porque tudo precisava de um tempo. Seguimos outra rotina, também tínhamos outra cabeça. Reencontrá-los agora me faz me sentir moleque de novo. Nós somos uma família e predestinados a fazer isso juntos. Uma hora, o retorno ia acontecer — afirma Tonzão, que, quando o grupo se separou, direcionou a carreira para o gospel, mas foi também barbeiro, motoboy e representante comercial: — Jovem acha que o dinheiro vai durar para sempre. A gente não tinha educação financeira. Hoje, já tenho outra cabeça, investimentos, temos um escritório também muito organizado, justamente para não termos uma carreira de um hit só.

Mais do que saudade dos parceiros, a popularização dos vídeos curtos de dancinhas na internet, em apps como TikTok e Instagram, ajudou a fazer os olhos dos funkeiros brilharem para um retorno.

— O público já pedia. A gente fazia coreografias no passado, por que não fazer agora? Esses apps acabaram com aqueles estereótipos de que só valiam dançarinos com corpos sarados. Tudo a ver com a nossa proposta — diz Tonzão, que anda arriscando passos de outras músicas também: — Isso vicia (risos). Ainda estou pegando o jeito.

A nova fase do grupo sugere também uma mudança de posicionamento. Os funks mais sexuais deram lugar aos “de família”. A própria “Desenrola”, em um dos versos, chama “os menorzinhos” para a dança:

— Todo mundo aqui agora já é pai, né? Queremos incluir todas as gerações. As das antigas e agora os novinhos. A coreografia é fácil de fazer, me inspirei nos movimentos dos meus sobrinhos. O restante da dança foi a filha do Yuri (outro vocalista), e aí formou.

Esse primeiro single da retomada da carreira do grupo ganhará agora uma versão com Os Barões da Pisadinha. E novos singles já estão sendo preparados:

— Vêm aí (parcerias) com MC Davi, MC Dricka, MC Pedrinho, Márcio Victor (do Psirico)… E tem mais gente. Sou muito fã da Gloria Groove, seria um sonho. Do Léo Santana, também vamos atrás.

E a agenda já está lotada. São 15 shows por semana! Com tanto trabalho, o grupo teve que pedir para ter, pelo menos, segundas e terças livres para descansar e se dedicar à família`:

— A gente entende que essa é a primeira movimentação para o período de explosão. Depois, entra na fase da manutenção. Já voltei à academia para recuperar esse ritmo de atleta (risos).

Novo endereço

Crias da Cidade de Deus, o grupo está agora em São Paulo. “A correria está toda aqui. Já estou olhando um apartamento para comprar”, diz Tonzão. Com informações do  Jornal Extra,

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