“MATAR BEBÊS DENTRO DA BARRIGA NÃO É NORMAL”, DIZ SECRETÁRIO DA SAÚDE

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O secretário de Atenção Primária à Saúde do governo federal, Raphael Câmara Parente, afirmou, nesta terça-feira (28/6), que “matar bebês de 7, 8, 9 meses dentro da barriga” não é normal.

A declaração foi dada durante a audiência pública que discute o manual do Ministério da Saúde para atendimento e conduta de profissionais em casos de aborto.

O tema ganhou repercussão na última semana, após a publicação do documento elaborado pela equipe de Câmara. O texto recebeu críticas de grupos de ativistas e defensores da saúde materna, por anunciar que “todo aborto é um crime” e por enfatizar, em diferentes trechos, a posição “pró-vida” do governo federal.

Nesta terça, o secretário criticou os comentários negativos sobre o documento. Ele citou um artigo que lista benefícios legais, éticos e emocionais da assistolia fetal (procedimento que induz o óbito do feto) em situações especiais.

“Peguei algumas críticas feita em relação ao nosso manual – algumas interessantes, outras não. Isso, como obstetra, não dá. Essa sociedade que acha que é normal matar bebês na barriga com 7, 8, 9 meses. Não quero fazer parte dessa sociedade. Em nenhum momento a gente falou em benefício de saúde. Sabe por quê? Não tem. Mostrei diversos artigos dizendo que há o ‘feticídio’, o termo que a gente utiliza. Ele não melhora a progressão do procedimento de interrupção da gravidez”, pontuou Câmara.

De acordo com o médico, “não há justificativa médica” para a realização do procedimento. “Em relação aos benefícios emocionais, não há. Legais, não consigo nem dizer o que seria um benefício legal. Dizer que há benefícios éticos em se matar um bebê viável dentro da barriga, não consigo entender”, disse.

Metrópoles

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