Pesquisa Genial/Quaest: aprovação ao governo Lula tem nova variação negativa e maioria vê divisão acirrada no país

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira indica que a aprovação dos brasileiros ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ter variação negativa.

São 36% os que aprovam a administração do petista, percentual que era de 38% em outubro — oscilação dentro da margem de erro estimada para o levantamento, de 2,2 pontos percentuais para mais ou menos. Outros 29% desaprovam a gestão federal (mesma taxa verificada na pesquisa anterior) e 32% classificam o trabalho do governo como regular (contra 29% que faziam essa avaliação há dois meses).

Em agosto, a distância entre os grupos que aprovam e desaprovam o trabalho do Executivo federal era de 18 pontos percentuais, margem que agora baixou para apenas sete pontos.

A maioria da população (58%) avalia que o governo de Lula ajudou a dividir o país, enquanto 35% dizem que o Executivo federal atua pela união dos brasileiros. Outros 8% não souberam ou não responderam. A percepção majoritária vai de encontro à mensagem que o Planalto propaga em sua nova campanha publicitária, que tem como slogan “Um Brasil e um só povo”.

A parcela dos que aprovam o governo Lula ao fim de seu primeiro ano de mandato equivale às avaliações positivas que o ex-presidente Jair Bolsonaro registrava em dezembro do ano passado (36%), na última pesquisa de sua gestão. O ex-mandatário, porém, tinha maior desaprovação: de 38%, contra 29% de Lula.

As avaliações positivas da atual gestão recuaram no Sudeste (de 34% para 30%) e no Sul (de 35% para 30%), enquanto permaneceram estáveis no Centro-Oeste e Norte (33%) e oscilaram para cima no Nordeste (de 48% para 50%).

Quando perguntados especificamente sobre a atuação de Lula, 54% dizem aprovar o trabalho do presidente, mesma taxa que havia sido aferida na pesquisa anterior. Os que desaprovam são 43%, um ponto percentual acima do que foi registrado em outubro.

Já ao serem instigados a atribuir uma nota de 0 a 10 ao governo, os brasileiros atribuem nota média de 5,7 à administração federal. As melhores avaliações vêm do Nordeste (6,9), dos idosos (6,6) e dos mais pobres (6,5), enquanto as piores notas foram atribuídas pelos evangélicos (5,2), pelos mais ricos (5,2) e pelos moradores do Sul (5,2).

Caiu de 35% para 29% o percentual dos que consideram o atual governo melhor que os dois mandatos anteriores de Lula na Presidência. A parcela dos que acham que as gestões são iguais subiu de 24% para 32% desde junho (última vez em que a pergunta havia sido feita). Os que veem piora no mandato atual do petista passaram de 33% para 36%.

Divisão se acirra

Os brasileiros se dividem também em relação à percepção sobre a economia do país: cerca de um terço (34%) acha que houve melhora nos últimos 12 meses, outros 33% acham que a situação “ficou do mesmo jeito”, e 31% veem piora.

Já para os próximos 12 meses, a maioria (55%) tem expectativa de melhora econômica, contra 25% que acham que o cenário irá piorar. O otimismo aumentou em relação ao levantamento anterior, que indicava 50% com expectativas positivas e 28%, negativas.

Também teve oscilação positiva a parcela dos que acham que o Brasil está na “direção certa”, que passou de 43% para 45%, enquanto os que veem o país na “direção errada” caíram de 49% para 43%.

A pesquisa da Quaest foi contratada pelo banco Genial e entrevistou 2.012 brasileiros de 16 anos ou mais entre 14 e 18 de dezembro. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.

Por Nicolas Iory / O Globo

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