‘Babões do prefeito’: figura de humor se prolifera entre políticos, mas é preciso atenção a limites

Foto: Reprodução

Em vídeo viral no TikTok, ‘Dona Dalva’ reclama do “imundo” dono da única casa mal pintada da rua, mas tudo muda quando descobre quem é o dono.

“Meu prefeito vai ter a casa mais linda da rua”, diz Dona Dalva, enquanto pinta a fachada da casa do ‘prefeito’.

“Mas é muito babona”, recebe em resposta. “Apague esse vídeo agora!”, reclama Dona Dalva a quem a critica.

A história interpretada por Dalva Estrela,  intérprete da ‘babona’ Dona Dalva,  representa o sucesso de um novo ‘meme’ nas redes sociais: os ‘babões’ dos prefeitos.

O personagem não é novo: há sempre quem reclame — ou deboche — daqueles que ficam ao redor de governantes apenas para “puxar o saco” dos políticos. A figura ‘tradicional’, no entanto, ganhou novos ares, bem mais positivos para aqueles que estão sendo bajulados.

O sucesso nas redes sociais resultou em uma apropriação da linguagem pelos próprios prefeitos, como forma de aproximar a população em plataformas digitais.

Contudo, especialistas em marketing político alertam que é necessário estar atento para não cometer deslizes ao usar a estratégia.

“Será que o prefeito já se hidratou hoje?” “Isso não é um prefeito, é um pai”. “Já jantou hoje, meu prefeito?” Essas são algumas das expressões usadas em plataformas como Instagram e X (antigo Twitter) em referência a gestores municipais.

Se o humor é, a princípio, uma estratégia eficaz para garantir leveza a um tema nem sempre leve, como é o caso da política, é preciso estar atento porque nem todo assunto pode ser tratado com tom humorístico — e os limites entre a brincadeira e o deboche são tênues.

A personalidade do político e o momento em que a publicação será feita também são outros fatores importantes para ficar de olho na hora de usar estereótipos como ‘babão’ nas redes sociais de mandatários, segundo especialistas.

“Essa história do ‘babão’ do prefeito sempre existiu na política. A diferença agora é que o personagem saiu da vida real para as telas de celulares”, resume o especialista em Marketing Digital e consultor político, Leurinbergue Lima. O humor, neste caso, permite “suavizar” a mensagem e “se aproximar das pessoas”. Além de ser parte intrínseca da cultura nordestina.

Diário do Nordeste

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