Médico denuncia Conselho de Medicina por consulta sobre vacina contra Covid em criança

Foto: Odair Leal/Sesacre

O professor e médico infectologista Roberto da Justa, da Universidade Federal do Ceará (UFC), apresentou denúncia contra o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Iran da Silva Gallo, por realizar uma consulta sobre a opinião dos médicos acerca da vacina contra a Covid-19 em crianças.

O Conselho Federal de Medicina afirma que não é contrário à vacinação de crianças e que o objetivo da consulta é conhecer a opinião dos profissionais sobre o assunto.

A denúncia contra o presidente do CFM foi encaminhada ao Conselho de Medicina do Distrito Federal na sexta-feira (12).

A pesquisa iniciada pelo CFM para avaliar a opinião dos médicos brasileiros sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses tem gerado uma série de repercussões negativas na comunidade científica.

O médico cearense defende que a “pesquisa tem que ser suspensa imediatamente” e “denunciada ao Ministério Público Federal”.

“A pesquisa não trará benefício algum, nem para a categoria médica, nem para a sociedade. A vacinação contra a Covid é uma estratégia comprovadamente eficaz e segura, inclusive em crianças. Existem robustas evidências científicas que demonstram os benefícios da vacinação em crianças. O CFM deveria, na verdade, é estar promovendo campanhas de estímulo à vacinação para Covid em crianças, reforçando a importância da vacinação no SUS como um direito a saúde”, afirmou.

Roberto da Justa pontua também com veemência que a pesquisa é falha, pois qualquer pessoa pode responder e diz que os códigos de validação estão expostos.

O infectologista reforçou que o questionário precisa ser “cancelado imediatamente” e de acordo com o especialista, com a promoção desta dita “pesquisa”, o CFM, infringe “princípio fundamental e os artigos 100 e 103 do Código de Ética Médica”.

‘Não contesta eficácia da vacina contra Covid’

O Conselho Federal de Medicina afirma que pretende conhecer a percepção dos 560 mil médicos brasileiros sobre a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses.

Em nota publicada na sexta-feira (12), a autarquia médica destacou que a pesquisa não contesta a eficácia ou a decisão do Ministério da Saúde de disponibilizar a vacina para a população infantil.

Segundo o CRM, o objetivo da pesquisa é compreender a visão dos médicos, como profissionais capacitados a manifestar opiniões embasadas em “conhecimento técnico-científico, sobre a obrigação imposta aos pais para que as crianças nessa faixa etária sejam vacinadas contra Covid-19, independentemente de prescrição médica”.

Por Gioras Xerez/g1/CE

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