Covid ainda mata 10 vezes mais do que dengue em 2024 no Brasil

Células humanas (azul) sendo infectadas pelo coronavírus (partículas roxas). — Foto: NIAD

Apesar da melhora do cenário epidemiológico, com uma média semanal de mortes 100 vezes menor da registrada nos piores momentos da pandemia, a Covid-19 ainda causa 10,8 vezes mais mortes no Brasil do que a dengue, mostram dados do Ministério da Saúde.

Segundo o monitoramento de 2024 até a sétima semana epidemiológica, que terminou no dia 17 de fevereiro, foram 122 óbitos confirmados para a dengue no período, e outros 456 em investigação. Já para a Covid-19, foram 1.325 vítimas fatais.

“As duas são doenças importantes, mas os impactos na saúde e os mecanismos de controle são muito diferentes. A Covid tem um impacto em perdas de vidas muito maior, a letalidade é superior. Mas a dengue enche mais os prontos-socorros porque ela é mais sintomática”, diz André Ribas Freitas, doutor em Epidemiologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ainda assim, o cenário do coronavírus não é o mesmo de alarme como em outros momentos da pandemia – a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, deu fim à Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela doença em maio do ano passado.

Com a combinação da maior campanha de vacinação já realizada no planeta, que até agora chegou a mais de 13,5 bilhões de doses administradas e a 70,6% da população global com ao menos a primeira aplicação, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford, a mortalidade caiu drasticamente.

No Brasil, hoje são em média 192 mortes por Covid-19 a cada 7 dias, com base nos dados das últimas quatro semanas epidemiológicas. No mesmo período do ano passado, esse número era 448, 57% mais alto. Já na pior época da pandemia, em abril de 2021, quando a imunização avançava a passos lentos no país, o Brasil chegou a registrar uma média de 19.731 óbitos a cada semana – mais de 100 vezes acima da taxa atual.

Para evitar uma onda de casos graves, porém, é importante a manutenção de medidas, como estar em dia com o esquema vacinal. Segundo o painel de imunização do Ministério da Saúde, apenas 19,7% da população elegível recebeu a dose bivalente da vacina, atualizada para a variante Ômicron e disponível nos postos de saúde.

— Temos que nos preocupar com a Covid e agir atualizando a situação vacinal, especialmente grupos de risco para Covid grave, idosos, crianças, gestantes, imunossuprimidos, que também devem considerar o uso de máscara em ambientes fechados e com muita gente. Em caso de sintomas respiratórios, é importante testar para Covid e usar máscara por, no mínimo, 7 dias, independentemente da causa do quadro respiratório — diz a professora de Infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi.

O Globo

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