Russos vão às urnas a partir desta sexta para reeleger Putin até 2030

Os russos começam nesta sexta-feira (15)a votar em uma eleição presidencial cujo resultado parece definido antes mesmo do fechamento das urnas. Sem concorrentes viáveis ou que ameacem seu favoritismo, Vladimir Putin deve garantir ainda no primeiro turno mais um mandato, e permanecer no cargo até 2030, pelo menos. A votação começou, de maneira antecipada, em algumas áreas isoladas e em territórios ocupados na Ucrânia, e segue até o domingo.

A confiança em uma nova vitória — que seria a quinta desde 2000 — foi tanta que o presidente sequer fez campanha ou participou de debates.

Outros três candidatos, todos deputados, disputam o pleito com Putin, mas todos são considerados fantoches — eles votaram a favor da guerra na Ucrânia no Parlamento e já deram declarações públicas de apoio ao atual líder.

Maior país do mundo em área territorial e com uma população de 141 milhões de habitantes, a Rússia adotou a votação em três dias para dar conta de regiões com 11 fusos horários diferentes. São cerca de 114 milhões de eleitores.

É certo que ele será reconduzido à presidência pela quinta vez, de acordo com a mídia internacional. Putin está no poder há 24 anos e é o presidente mais longevo da Rússia desde Josef Stalin, da época da União Soviética O atual presidente terá a chance de ultrapassar os quase 30 anos de Stalin no comando, porque mudou a Constituição em 2020 para poder ficar no cargo até 2036.

O peso desse longo mandato e a supressão completa das vozes eficazes da oposição interna dão a Putin uma mão muito forte – e talvez irrestrita. Políticos de oposição presos, como aconteceu com Alexei Navalny, morreram em circunstâncias obscuras, como Boris Nemtsov, ou foram classificados como terroristas e deixaram o país, como Garry Kasparov.

Na prática, Putin não permite que opositores reais disputem eleições contra ele –foi o que aconteceu neste ano (leia mais abaixo).

Veículos de imprensa foram banidos –inclusive o “Novaya Gazeta”, cujo fundador venceu um Nobel da Paz por causa do jornal.

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