Vídeo inédito gravado pela ex-companheira mostra deputado insultando a mulher e dizendo que iria matá-la

Foto: Reprodução/TV Globo

O Fantástico falou neste domingo (17) sobre a acusação de violência doméstica contra o deputado federal Carlos Alberto da Cunha – o “Delegado da Cunha”, réu por agredir a ex-companheira Betina Grusiecki, no ano passado. Em vídeo inédito, gravado por Betina, é possível ouvir os insultos e ameaças do deputado. Betina disse à Justiça que Da Cunha bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la. Veja a gravação acima.

Carlos Alberto da Cunha, de 46 anos, foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de 180 mil votos, depois de ficar conhecido na internet com vídeos de operações policiais.

O delegado virou réu em outubro do ano passado numa ação por violência contra Betina Grusiecki, de 28 anos. Segundo o Ministério Público, ele ameaçou e agrediu a ex, e lhe causou danos materiais.

Os dois se conheceram em 2020, moravam juntos e não têm filhos. Betina relatou à Justiça como era tratada durante o relacionamento, que durou três anos. Ela destacou episódios de agressão verbal e física.

O casal discutia com frequência. E o deputado chegou a agredi-la diversas vezes, segundo Betina.

Ex-mulher grava vídeo do momento em que diz ter sido agredida e ameaçada pelo deputado Carlos da Cunha . Vídeo revela ameaças de morte

A última agressão aconteceu no apartamento onde o casal vivia em Santos, no litoral paulista. Dia 13 de outubro do ano passado, uma sexta-feira, o casal começou a discutir. Nesse dia, Betina disse que foi agredida verbalmente pelo deputado.

No sábado, dia 14 de outubro, era aniversário do deputado. Ele passou o dia fora com as crianças. Segundo Betina, ele voltou para a casa alcoolizado. O vídeo exibido pelo Fantástico é justamente essa gravação feita por Betina, que nunca veio antes a público.

É possível ouvir o deputado insultando a então companheira e dizendo que iria matá-la. Em alguns momentos, dá pra ver o rosto de Betina, mas a maior da parte do vídeo só tem áudio.

– Da Cunha: “Vai correndo para casa da mamãezinha”.

– Betina: “Não. Não vou para casa da mamãe”.

[…]

– Da Cunha: “Pode parar. Pode parar, senão vou te matar aqui”

– Betina: “Vai me matar?”

– Da Cunha: Matar.

– Betina: “Ah, então mata.”

Após esse momento, é possível ouvir a respiração ofegante dela.

Betina grita: “Me solta. Chama a polícia. Chama a polícia! Sai.

Betina conta que chamou os filhos do deputado.

No vídeo, o rosto do deputado aparece de relance. Ele mexe na mochila, onde está o celular. À justiça o deputado disse que tentou impedir que ela colocasse a maquiagem na mala.

O deputado negou os outros golpes, mas o IML atestou que Betina tinha escoriação no couro cabeludo e lesões corporais leves.

O deputado registrou um boletim de ocorrência afirmando que era ele o agredido, por causa do ferimento com um secador. O Ministério Público concluiu que Betina tinha agido em legítima defesa.

À Justiça, o deputado tentou dar razões psicológicas e, também, espirituais para o que aconteceu.

Depois da agressão, Betina foi para a casa do pai. O deputado colocou roupas danificadas em um saco de lixo e enviou à Betina. Ele disse que também enviou R$ 5 mil a ela.

A mãe de Betina contou que o deputado ligava para ele para propor um acordo. A Justiça concedeu medidas protetivas contra o deputado para a Betina e para os pais e determinou que ele entregasse suas armas.

g1/O Globo

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