Depois do eclipse solar, vem aí o ‘Cometa do Diabo’, que deve se tornar visível a olho nu nos próximos dias

Foto: Nasa, Divulgação

Astrônomos afirmam que o “Cometa do Diabo” — cujo nome oficial é 12P/Pons-Brooks — deverá se tornar, nos próximos dias, mais visível a olho nu do Planeta Terra, algo que não ocorria há 71 anos.

Por enquanto, o cometa é melhor avistado do Hemisfério Norte, mas a sua observação ficará mais fácil à medida que ele se aproximar do Sol. O periélio, nome dado ao ponto da órbita mais próximo da estrela, deve acontecer no dia 21 de abril de 2024.

Após essa data, o cometa deverá ficar mais visível do Hemisfério Sul. Atualmente, o corpo celeste esverdeado já pode ser avistado no céu com o auxílio de equipamentos como telescópios pequenos, conforme informado pela Nasa.

— O cometa se move da constelação de Andrômeda para Peixes. Ao fazê-lo, passa por estrelas brilhantes que facilitarão a sua localização em determinadas datas. Em particular, em 31 de março, 12P/Pons-Brooks estará a apenas 0,5 grau da estrela brilhante chamada Hamal — explica Paul Strøm, astrofísico da Universidade de Warwick, ao jornal britânico The Guardian.

Descoberto em 1812, o astro tem cerca de 29 quilômetros de diâmetro (o triplo do tamanho do Monte Everest) e é descrito como um “vulcão frio” por ejetar violentamente gelo e gás — que formam uma cauda em formato de chifres, daí o apelido.

No início de junho, a rocha espacial ficará mais próxima à Terra, cerca de 232 milhões de quilômetros — longe o suficiente para não representar risco aos humanos. Nesse momento, ele ainda será observável, mas binóculos serão necessários, dada a distância do objeto do Sol.

O pesquisador Theodore Kareta conta à ABC News que as explosões dessa rocha espacial permitem que ele se torne claro o suficiente para, em alguns casos, serem vistos sem a necessidade de telescópios profissionais.

Os ‘chifres do diabo’

Esses corpos celestes são núcleos composto por gelo, poeira e pequenas partículas rochosas, rodeados por uma nuvem nebulosa de gases.

Quando um cometa criovulcânico, como o 12P/Pons-Brooks, chega próximo ao Sol, ele aquece.

A pressão aumenta até que o nitrogênio e o monóxido de carbono explodam e detritos gelados sejam expelidos através de grandes rachaduras.

O astrônomo amador e professor aposentado da Universidade do Arizona, Eliot Herman, tem monitorado o cometa. Segundo ele, o corpo celeste brilhou abruptamente quase 100 vezes em 31 de outubro e continuou a ficar mais brilhante nos dias seguintes, o que indica que há uma nova explosão de atividade criovulcânica.

— Esse cometa foi amplamente divulgado nas notícias devido a duas explosões anteriores, que produziram a aparência de um “demônio com chifres”. No Halloween, o diabo irrompeu novamente com uma grande explosão que continuou no dia seguinte — disse Herman.

O Globo

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