Vacina de RNA avança contra câncer de pâncreas, um dos mais letais com apenas 13% de chance de sobrevivência

Foto: Ilustrativa/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Novos dados mostram que pacientes ainda tinham uma resposta imunológica três anos após a aplicação e registraram menos retorno da doença.

 O laboratório alemão BioNTech, junto ao Centro de Câncer Memorial Sloan Kettering (MSK) e à empresa de biotecnologia Genentech, do Grupo Roche, anunciaram novos dados dos testes de uma vacina terapêutica contra o câncer de pâncreas nesta semana no encontro anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, que acontece em San Diego, nos Estados Unidos.

Os resultados, considerados promissores para o tratamento de um dos tipos mais letais de câncer, mostram que metade dos pacientes que receberam a dose na fase 1 dos estudos clínicos ainda tinha uma resposta imunológica contra o tumor três anos depois da aplicação.

Essa persistência da resposta imune, medida pela ativação de células T de defesa contra o tumor, foi associada também a uma sobrevida mais longa, com um risco menor de retorno do câncer. De acordo com números da Associação Americana de Câncer, o tumor no pâncreas é um dos mais agressivos, com uma taxa de sobrevida de apenas 13%.

Isso quer dizer que, a cada 100 pacientes que recebem um diagnóstico, somente 13 ainda estão vivos cinco anos depois. O tipo investigado no estudo, um adenocarcinoma ductal pancreático, tem uma letalidade ainda maior – aproximadamente 90% dos pacientes morrem dentro de dois anos após descobrirem a doença.

“As opções atuais de tratamento para o câncer de pâncreas permanecem muito limitadas”, diz Vinod P. Balachandran, líder do estudo e pesquisador do MSK, em comunicado. “Estamos animados com nossas descobertas mais recentes, que continuam a apoiar a exploração da vacina como uma abordagem para tratar o câncer de pâncreas no No primeiro acompanhamento, que durou um ano e meio, os pesquisadores mostraram que, em oito participantes, metade, a vacina tinha induzido uma resposta imune direcionada ao tumor.

Agora, na atualização de três anos, os novos dados mostram que mais de 80% dessas células de defesa ainda podiam ser detectadas no sangue dos oito voluntários. E, de forma mais importante, que seis desses participantes continuavam livres da doença. Já entre os oito pacientes que não desenvolveram uma resposta imune, sete tiveram um retorno do câncer.

“Esses novos dados são um sinal inicial do potencial de nossa abordagem individualizada de vacina contra o câncer por mRNA nessa indicação com uma necessidade médica não atendida”, diz Özlem Türeci, cofundador e diretor médico da BioNTech, em nota. Ele destaca ainda que os resultados indicam que a abordagem consegue ativar células T de defesa para “ajudar a eliminar focos de tumor residual em estágios iniciais da doença para retardar ou evitar a recorrência”.

Agência O Globo

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