Foto: Arquivo de Maurício Freire.
– Fica elevada á categoria de cidade, a Vila de São José, com a denominação de São José de Mipibu.
No dia 10 de novembro do mesmo ano, um grande número de pessoas gradas, convidados ilustres e demais autoridades, se dirigiram ao Paço da Câmara Municipal, onde já se achavam reunidos os vereadores, ocasião onde foram procedidas as solenidades de praxe e assinado o instrumento legal de reconhecimento.
Emancipado como cidade em 1845, o município tem, pelos dados do IBGE, 38.404 habitantes e conta como principais atividades econômicas, a produção de coco, cana-de-açúcar, além de ser um dos maiores produtores de batada e farinha de mandioca do Estado. Entre suas tradições, São José de Mipibu tem um cenário dominado por resquícios dos antigos engenhos coloniais. Hoje, o Forró da Olho D´água, festa que acontece uma vez por mês na fazenda de mesmo nome, atrai visitantes de todo o mundo. O São João de São José, é a terceira maior festa junina do Rio Grande do Norte.
São José de Mipibu, também se destaca no cenário religioso. Da cidade, já saiu o maior número de padres que uma paróquia já vocacionou para a Arquidiocese Potiguar. São naturais do município, os bispos Dom Heitor de Araújo Sales, Dom Manoel Tavares de Araújo, dom Canindé Palhano, além de um grande número de padres, monsenhor, seminaristas e freiras.
Fonte: Tribuna do Norte
Festa sim, é bom para agradar a juventude e os ambulantes que têm oportunidade de ganhar um dinheirinho. A pergunta que fica é: o que temos feito para resgatar, divulgar e preservar a história do nosso município? Muita coisa já se perdeu. Nas origens do nosso país, o território foi dividido em capitanias, como muitos sabem. A capitania do Rio Grande, segundo Câmara Cascudo, não foi viável economicamente para os colonizadores portugueses. Durante mais de um século os franceses exploraram nossas matas e extraíram daqui o pau brasil através da relação amigável que conseguiram fazer com as nações indígenas que habitavam o litoral. Os portugueses só conseguiram expulsar os franceses quase um século e meio após a descoberta ou conquista do Brasil. A tribo "mopibu", que habitava as margens do rio do mesmo nome, desde o início da colonização é citada pelos historiadores, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Em resumo, em termos de história temos mais de 4 séculos. Estamos comemorando a emancipação política que se deu há menos de dois séculos e não temos ouvido falar em nenhum incentivo ou política pública para resgatar, preservar e divulgar a nossa história, que, diga-se de passagem, passou por todas as fases da história do nosso país. Uma vez tomei conhecimento de que um certo desembargar mipibuense, também historiador, chamado Celso Sales (pai de Dom Heitor e Dom Eugênio Sales), que dá nome a uma praça da nossa cidade (aquela que um dia já foi bonita). Ele escreveu em determinado trabalho histórico que os arquivos antigos da antiga intendência municipal, hoje prefeitura, estavam se perdendo por falta de zelo dos administradores. Para concluir, mais uma pergunta: há um arquivo público em São José de Mipibu? Onde fica? Acho que este é um texto longo para um comentário, parece que quando agente está indignado fala e escreve mais. Sou um mipibuense indignado com alguns desmandos da administração pública, nós, o povo mipibuense, não merecemos isso.
Um abraço a todos e obrigado pelo espaço!