O presidente da Câmara dos Deputados e vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), negou, nesta quarta-feira, a existência de um racha entre PT e PMDB e ressaltou que as duas legendas estarão juntas com os demais partidos da base. “O que foi estabelecido na conversa que tivemos é que PT e PMDB estarão juntos em todas as discussões. Seja na Câmara, seja no governo, o PT e todos os partidos da base estarão juntos. Não há divergência nenhuma”.
Ao ser questionado se o PT havia sido convidado a participar do chamado “blocão”, anunciado na terça-feira de surpresa, Temer procurou minimizar a importância da união de partidos.
O anúncio da formação do bloco partidário, que reúne PMDB, PR, PP, PTB e PSC e somaria 202 deputados na Câmara, foi feito sob o argumento de que a estratégia não seria de “confronto nem conflito”, mas de apoio à presidente eleita.
Temer, que também preside a Câmara e o PMDB, esteve na manhã desta quarta com Dilma, na Granja do Torto, onde ela tem mantido reuniões para tratar da transição de seu governo. Segundo ele, Dilma não demonstrou preocupação com o movimento do partido de seu vice e de outras legendas da base aliada.
“Não houve preocupação com isso não, conversei muito com ela sobre muitas coisas, não houve preocupação nenhuma sobre isso”, afirmou Temer.
Segundo ele, falaram sobre a formação de governo, mas a longo prazo.
Ao ser perguntado se o PMDB pediu mais espaço, disse: “Não se cogita isso.” Temer afirmou ainda que acredita que até 15 de dezembro a questão do governo deve estar resolvida.
Sobre a possibilidade de uso do bloco para conseguir a presidência da Câmara, onde o PT tem maioria de deputados, Temer reiterou que o objetivo é dar apoio ao governo e disse que PT e PMDB trabalharão juntos para compor a presidência da Câmara.
O deputado Marco Maia (PT-RS), vice-presidente da Câmara, disse, após participar de almoço com Temer, que o PT não pretende entrar no bloco de partidos.
“Não passa pela cabeça do PT compor nenhum bloco que tenha o intuito de influenciar nos debates ou nas discussões da Câmara ou na composição do governo”, disse. Fonte:terra