OS PROTESTOS NO 7 DE SETEMBRO CONVOCADOS NAS REDES SOCIAIS

 

A Marcha contra a Corrupção, movimento que ocorre paralelamente ao desfile de 7 de Setembro, reuniu milhares de pessoas em Brasília, segundo a Polícia Militar.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal calcula em cerca de 60 mil o público na Esplanada dos Ministérios durante a manhã desta quarta-feira. Destes, entre 45 mil e 50 mil assistiram ao desfile militar. O público da marcha foi estimado pela secretaria em 12 mil –sendo que parte dele assistiu ao desfile e se integrou ao protesto depois.

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Atos anticorrupção no país testam força das redes sociais

Uma estimativa de público diferente foi feita pelo comando da Polícia Militar no local, que chegou a falar em 100 mil pessoas na marcha e no desfile militar. Essa estimativa foi considerada superestimada pela secretaria.

Apitos, máscaras, nariz de palhaço e caras pintadas de preto foram os símbolos escolhidos pelos manifestantes para protestar contra a corrupção no país. As faixas carregadas ao longo da marcha falam de corrupção em geral e do caso específico da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), livrada da cassação pelos colegas no fim do mês passado.

O protesto saiu do Museu da República e caminhou até o Congresso Nacional, ou seja, de um ponto a outro da Esplanada dos Ministérios. Jovens representam a maior parte dos manifestantes, mas também há crianças e idosos.

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, comparou o movimento às Diretas-Já e aos protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.

“Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça. É um grito que precisa ser ouvido (…) A classe média saiu de casa e veio para a rua. Foi assim com as Diretas-Já e com o impeachment. É assim que começa”, disse durante a marcha.

Junto da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a OAB lançou um manifesto em que apoia o movimento popular e destaca a necessidade de aprimoramentos nos Três Poderes. Entre eles, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e a transparência nos gastos do Executivo federal.

BATE-BOCA

Durante a manhã desta quarta-feira, houve bate-boca acalorado entre integrantes do PSOL e os organizadores da marcha.

Dirigentes do partido levaram camisetas e bandeiras da legenda ao protesto. Os organizadores da marcha, que haviam pedido para os participantes não fazerem menções a partidos, pediram que as camisetas e as bandeiras fossem retiradas do local. Ao que os membros do PSOL reagiram mal, chamaram os manifestantes de “juventude do Sarney” e criticaram a ausência de faixas contra o PT. A confusão foi abafada.

SÃO PAULO

Escoltados por 30 motoqueiros com motocicletas Harley-Davidson, os manifestantes ficaram toda a passeata na calçada da avenida Paulista. Como não houve comunicação anterior, as pessoas não puderam ocupar as faixas da avenida, segundo a PM.

MANIFESTANTES

Entre os manifestantes, havia de jovens a pessoas de até 80 anos. “Estou achando lindo, nós no meio dos jovens”, disse a dona de casa Silvana Marquezine, 70.

O programador André Tadeu aproveitou o ato para colher assinaturas em favor do voto distrital. “Sou mesário e vejo as pessoas que ficam um tempão escolhendo o deputado na hora de votar”, disse. Ele conta que irá digitalizar as assinaturas para enviar a um site que defende a mudança.

Já o militar aposentado Marco Antônio Andrés Pascoal, 59, disse que veio para o protesto porque não quer que o país “vire uma Venezuela”. “Antigamente, não tinha a corrupção como hoje em dia.”

Pelo tamanho da mobilização na internet, as passeatas pelo país serão um teste importante para a capacidade de mobilização política via redes sociais.

O grupo Marcha contra a Corrupção, por exemplo, foi procurado por entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e senadores da oposição, que vão pegar carona nos atos.

Segundo os organizadores, as marchas ganharam força depois da absolvição pela Câmara da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro de um empresário de Brasília.

Outras bandeiras comuns são o fim das votações secretas no Congresso, a validação da Lei da Ficha Limpa e as suspeitas de irregularidades no governo Dilma Rousseff.

Fonte: Folha.com

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