EMPRESÁRIO DESCENDENTE DAS FAMÍLIAS RIBEIRO DANTAS E DUARTE QUER RECUPERAR CAPELA SECULAR

O agricultor FRANCISCO DE SALES E SILVA, foi  patriarca da tradicional e numerosa prole que, com as famílias RIBEIRO DANTAS e DUARTE juntas, dominaram por muitas décadas a política e a economia rural do município de São José de Mipibu, assumindo altas funções nos poderes Executivo Legislativo e Judiciário na cidade e na capital do Estado.

Cerca de doze descendentes das citadas famílias ingressaram em seminário e se ordenaram padres, sendo que três deles atingiram o alto escalão da hierarquia eclesiástica do país. O então cardeal emérito do Rio de Janeiro Dom. Eugenio Sales, o então Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Heitor Sales e Dom. Manoel Tavares, bispo emérito de Caicó por muito tempo.

Pelo relato que s tem daqueles que pesquisaram sobre o movimento em prol da independência do Brasil e que culminou com a eclosão da revolução de 1817, as reuniões para a divulgação das idéias liberais e adesão do maior número de simpatizantes, eram realizadas em pontos afastados da Capital, inclusive na cômoda e espaçosa Casa Grande do SITIO RIBEIRO. Ali o Coronel de Milícias Andre de Albuquerque, mentor do movimento em nossa Província, conferenciava com os homens de influencia de Natal e Vilas do interior, ocasião em que era oferecido aos convivas um laudo banquete servido em baixelas de prata.

A mencionada Casa Grande foi construída entre o final do século XVIII e o início do século seguinte.

Na mesma época foi erguida uma capela em estilo colonial barroco, em homenagem a São João e também montada em separado uma primitiva engenhoca movida à tração animal e destinada a fabricação de açúcar bruto e seus derivados e, por conseguinte, aquele local passou a ser a primeira sede da Fazenda Ribeiro.

Passados 200 anos ou mais não há nenhum vestígio do local exato onde foram erguidos aqueles imóveis (Casa Grande e Casa da Engenhoca). Existe sim, a ruína da Capela que ainda guarda os resquícios do passado.

Relíqueas encontradas na Capela São João

Em pesquisa realizada a mencionada capela foi a mais antiga entre outras ate hoje existentes em fazendas do município mipibuense.

Francisco Sales e Silva que deu início a formação do sólido patrimônio a ser legado a seus dependentes e descendentes, faleceu em 1781, deixando a herança para seus Cinco filhos, entre eles o Major Alexandre Francisco de Sales Silva, na época com 58 anos de idade, o qual passou a  gestor de todos os bens da família.

Foi casado com Cândida Lucia da Encarnação com quem teve nove filhos. Faleceu em 1883 e sua esposa também veio a falecer 6 anos depois. O filho mais velho – HORACIO CANDIDO SALES E SILVA assumiu a direção dos negócios deixados pelo pai. Comprou as partes herdadas por seus irmãos, tornando-se o único proprietário da Fazenda Ribeiro.

Com larga experiência e visão administrativa, pois, além de ser formado em direito, exerceu os cargos de Promotor Público e Presidente da Intendência (correspondente a Prefeito) do nosso município de São José de Mipibu de 1883 a 1884. Sua primeira providência foi a transferência da sede da Fazenda para um local mais apropriado, onde foi construída nova Casa Grande, a Capela cujos padroeiros são Sant´Ana e São Joaquim e ainda a casa destinada ao engenho. Importou da Europa o maquinário e acessórios necessários a montagem da moenda do engenho a ser impulsionada a vapor de caldeira, em substituição a primitiva engenhoca movida à tração animal.

Vidros dos garrafões de vinho utilizados pelos celebrantes  na época e partes de cerâmicas

Com aquela iniciativa aumentou consideravelmente a produção de açúcar mascavo e seus derivados.

O Doutor Horacio casou-se 2 vezes. Em primeiras núpcias em 1866 com Ana Viana da Silva que faleceu em 1877 deixando oito filhos e em segunda em 1878 com Joaquina Marcolina Ribeiro Dantas. Deste casal nasceram cinco filhos dentre os quais o Desembargador Celso Dantas Sales, pai do Cardeal Eugenio Sales e do Arcebispo Heitor Sales e de José Henrique Dantas Sales (MAJOR DEDÉ). Faleceu em 27 de setembro de 1903, deixando sete bens para a sua segunda esposa e filhos. D. Joaquina Marcolina veio a falecer no dia 27 de fevereiro de 1941. Os seus restos mortais e do falecido esposo Doutor Horácio foram sepultados ao lado do altar da capela ainda hoje existente na sede da Fazenda Ribeiro, conforme dados gravados na lápide dos túmulos.

Material da época, encontrado na Capela São João

O Major DEDÉ, após adquirir as partes dos outros herdeiros do patrimônio deixado por seu pai, passou a ser, a partir da primeira metade do século passado, o legitimo proprietário da Fazenda e Engenho Ribeiro. Para acompanhar o constante crescimento da indústria açucareira e da pecuária nas várzeas férteis do município, aumentou o plantio de cana em suas terras e adquiriu matrizes para aperfeiçoar o rebanho de gado bovino criado nos pastos da Fazenda.

Com essa providência fez duplicar a fabricação de açúcar mascavo e seus derivados, chegando a produzir cerca de 1200 sacas por safra. No pasto durante o dia e a tarde na bagaceira do Engenho e no curral, podia ser visto e admirado o grande plantel de animais de raça e comum pertencentes aquela Fazenda.

Paredes construídas com pedras trazidas das praias de Nísia floresta pelos escravos da época

Na mesma época seu filho Jose Sales, coadjuvante nos negócios e administração da fazenda, adquiriu e montou nas dependências do engenho o equipamento necessário a destilação de aguardente de cana, o qual entrou em funcionamento imediatamente. A cachaça ali destilada passou a chamar-se TRAIRI. Tomou-se bastante apreciada pelos usuários do precioso liquido.

Depois de engarrafada e rotulada era distribuída no comércio local e outros Distritos, para a devida revenda. O Engenho Ribeiro foi desativado na década de 70 do século passado e por conseqüência encerrou a produção do açúcar mascavo e seus derivados, inclusive da apreciada cachaça TRAIRI.

O Major DEDÉ faleceu em 21 de marco de 1972, deixando a herança para D. Maria Adélia de Araujo Sales, com quem foi casado e para os três filhos> A partir dai todo o acervo patrimonial e serviço afeto a uma fazenda de médio porte passou a ser administrado por JOSÉ SAIES. Dona Adélia faleceu em 29 de novembro de 1991.

Já na década de noventa do século passado, seu filho JOSE EDUARDO SALES era responsável pelos serviços relacionados a pecuária e distribuição das tarefas diárias aos trabalhadores da fazenda, inclusive ficou com a incumbência de indenizar todos os trabalhadores antigos da propriedade, amparados pela legislação trabalhista em vigor no País.

JOSÉ SALES faleceu em 1999, deixando viúva a Sra. Paula Frassinete Sobral Sales com quem se casou em 1956 e 4 filhos, todos adultos. Realizado o espólio dos bens moveis e imóveis deixados pelo falecido, por ocasião da partilha entre os agraciados, Dona NINA se tomou meeira de todo o patrimônio e a seu filho JOSE EDUARDO SALES, coube o quinhão da fazenda onde até hoje se encontra as ruínas da Capela São João.

De posse da herança, construiu na parte alta de suas tenras, uma espaçosa e moderna casa de morada, curral, cocheira e outras benfeitorias, passando o local a ser a sede da sua nova fazenda. O agora Agro Pecuarista José Eduardo Sales desenvolve outras atividades em sua fazenda, entre as quais a carcinicultura.

 

 

One response to “EMPRESÁRIO DESCENDENTE DAS FAMÍLIAS RIBEIRO DANTAS E DUARTE QUER RECUPERAR CAPELA SECULAR

  1. DALTRON,BOM DIA!!!
    GOSTARIA DE SABER SE TENS A FOTO DOS ANTIGOS RIBEIRO DANTAS,FOTOS DO CEMITÉRIO ANTIGO QUE TEM OS TÚMULOS DOS RIBEIRO DANTAS ,INCLUSIVE DO MEU BISAVÔ IBRAHIM RIBEIRO DANTAS.QUERIA GENTILEZA QUE MANDASSE PARA ESTE E-MAIL OU PARA O ZAPP 988121461.
    ABRAÇOS,
    ISAURO.

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