DISPUTA POR PEC DAS ELEIÇÕES DIRETAS TRAVA MAIS UMA VEZ A CCJ

Com a pauta travada há duas semanas, desde que foi pautada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a realização de eleições diretas em caso de vacância do cargo de presidente até seis meses antes do fim do mandato, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara continua parada. Depois de mais de duas horas tentando um acordo entre oposição e base aliada, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), iniciou a sessão, que mais uma vez não votou matéria alguma.

A oposição insistia em pautar a PEC das eleições diretas, a base obstruiu e ameaçava apresentar um requerimento para que o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin prestasse informações sobre sua suposta relação com o executivo da JBS Ricardo Saud, um dos delatores da empresa. Afinal, Pacheco se comprometeu em convocar uma sessão extraordinária para terça que vem, pela manhã, para votar exclusivamente a PEC. Caso haja nova obstrução, Pacheco prometeu pautar a matéria toda quarta-feira até conseguir votá-la.

— Não faz sentindo passarmos tantos dias sem conseguirmos andar com a pauta, havendo tantas matérias de interesse da sociedade. Terça-feira que vem é a realidade que a base do governo terá de enfrentar. O que eu não posso é travar a CCJ eternamente — discursou Pacheco.

Mas até esse desfecho, houve troca de farpas entre governo e oposição.

— O governo é um cadáver insepulto, só falta ser enterrado. Espero que o TSE ajude a sociedade brasileira a superar essa crise. É a expectativa de todos nós com relação a esse julgamento. O Brasil está agonizando. Pense: uma CCJ que não funciona porque a base obstrui — reclamou Alessandro Molon (Rede-RJ).

— Para mim o Temer já foi pro saco, já morreu, a questão é cremá-lo ou enterrá-lo, nas não devemos matar junto a CCJ — emendou Major Olímpio (SD-SP).

Para os aliados de Temer, a PEC das eleições diretas é um pretexto para colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, de volta na Presidência. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que por orientação do governo estava obstruindo a votação de hoje.

— Não quero eleição direta para voltar o Lula, essa é a razão principal. É um golpe na Constituição, eu não quero, o governo também não quer. É a oposição que é responsável pela pauta da CCJ não andar. Votar isso aqui é botar mais querosene no quadro político. O governo recomenda obstrução — admitiu.

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