HOLANDA INVESTIGA CARGAS DE COCAÍNA EXPORTADAS DO PORTO DE NATAL

A polícia holandesa apreendeu nesta semana 2,4 toneladas de cocaína no Porto de Roterdã. Esta foi a quarta vez, desde outubro do ano passado, que drogas são encontradas escondidas dentro de contêineres, em meio a carregamentos de frutas que embarcaram no Porto de Natal, o que totaliza quase 7 toneladas do pó.

Somando este total às 3,3 toneladas de cocaína descobertas no terminal marítimo potiguar na semana passada, o volume passa de 10 toneladas em menos de 4 meses. As informações foram confirmadas ao G1 pelo setor de vigilância e repressão da Receita Federal.

A rota marítima internacional de drogas Natal-Holanda foi revelada pela Polícia Federal também na semana passada, justamente com a descoberta de drogas no Porto de Natal. De acordo com a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), estas foram as primeiras apreensões de entorpecentes da história do terminal, aberto desde 1932.

Por causa das apreensões ocorridas em Natal, as exportações de mercadorias e produtos para a Europa estão suspensas. Segundo o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte, a única empresa transportadora que atua no terminal com rota de exportação de frutas potiguares para a Europa, a CMA-CGM, tem uma remessa de 400 contêineres prevista para março, mas o envio deixará de ser feito pelo Porto de Natal e passará para o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, no Ceará. Segundo a própria Codern, cerca de 43 mil toneladas de frutas são embarcadas, por mês, no Porto de Natal. .

De acordo com o delegado federal Agostinho Cascardo, da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Norte, por meio do DNA da coca, foi possível descobrir que a cocaína que chega ao Rio Grande do Norte para depois ser consumida na Europa é produzida na Colômbia, Peru e Bolívia.

Falta de escâner

Para a PF, a falta de um escâner de contêineres para auxiliar no trabalho de fiscalização de mercadorias no Porto de Natal é um dos motivos que levaram os traficantes a escolher o terminal potiguar como ponto de partida para o envio de cocaína para a Europa. A posição geográfica de Natal como a capital brasileira mais próxima do Velho Continente também ajuda, segundo a Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Norte.

De acordo com o gerente de Infraestrutura e Suporte Operacional do Porto de Natal, Emerson Fernandes, a Codern tenta adquirir um escâner de contêiner desde 2007, quando foi criada a Secretaria dos Portos. Mas, nunca houve orçamento suficiente para a compra. “Custa cerca de R$ 11 milhões”, disse ele.

“Agora, a partir dessa apreensão de cocaína, e com o empenho conjunto da Receita Federal, Polícia Federal, Marinha e Governo Federal, acredito que vamos conseguir viabilizar o escâner para aumentar a fiscalização no Porto de Natal”, declarou.

Fonte: G1 RN

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