IRRITADOS COM O GOVERNO BOLSONARO, DEPUTADOS DO CENTRÃO TRABALHAM PARA ADIAR REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Deputados do Centrão vão pedir a inversão de pauta na próxima segunda-feira (15) na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, o que vai atrasar a votação da reforma da Previdência.

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, confirmou ao blog que os deputados dos partidos do Centrão vão pedir ao presidente da CCJ que comece as discussões da comissão pela PEC do Orçamento Impositivo, e não pela reforma da Previdência, como está previsto.

A PEC do Orçamento Impositivo foi aprovada na Câmara – mas sofreu mudanças no Senado e, por isso, voltou à Câmara.

Paulinho disse ao G1 que o orçamento impositivo é “prioridade” e “urgente”. “A gente vai pedir na segunda a inversão, não demora muito. Depois, vota a Previdência – mas não dá tempo semana que vem, não”.

A estratégia, apesar de negada oficialmente, é atrasar a votação da reforma. Os deputados do bloco estão irritados com o governo Bolsonaro, após a troca do novo ministro da Educação não ter sido discutida com o parlamento.

Se a pauta for invertida, a Previdência deve sofrer novo atraso – e ficar para a última semana de abril, já que na semana que vem tem o feriado da Páscoa.

Pedido para o presidente da CCJ

O líder do PP na Câmara, deputado Artur Lira (AL), confirmou ao G1 que o pedido de inversão de pauta já foi feito nesta quarta-feira (10) ao presidente da CCJ, deputado Filipe Francischini (PSL-PR).

Lira argumentou que “ninguém é contra a Previdência”, mas afirmou que a PEC do Orçamento Impositivo já é um tema de consenso e, por isso, “não precisa ficar sofrendo na comissão”.

Francischini, segundo Lira, ainda não deu retorno sobre o pedido. “Ficamos de falar hoje. Vamos ajustar”.

O deputado do PP afirmou que “não tem crise” mas que, se não houver inversão da pauta, “pode haver reação política, como obstrução da pauta” na semana que vem. “É parte do jogo interno”.

Lira pediu a Francischini que evite falar em prazos para a votação da Previdência, porque, em sua avaliação, atrapalha o andamento dos trabalhos. “Ele não tem o acelerador, tem o volante. O andamento da pauta ali depende de muita coisa”.

O deputado – que é um dos líderes do Centrão – afirmou que, mesmo sem a votação da PEC do Orçamento Impositivo, acha difícil a votação da Previdência na CCJ na semana que vem, por se tratar de uma semana de véspera de feriado, quando Brasília fica mais vazia, porque os parlamentares aproveitam para emendar o feriado e viajar.

A notícia de que a Previdência pode atrasar na CCJ pegou a equipe econômica do governo de surpresa. Fontes ouvidas pelo G1 disseram que contam com a pressão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para evitar que a estratégia do Centrão avance.

Por: G1.

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